A mineradora australiana South32 anunciou, esta quinta-feira, que poderá encerrar temporariamente as operações da fundição de alumínio Mozal, em Moçambique, devido à indefinição nas negociações para garantir um fornecimento de energia a preços competitivos após o fim do actual contrato, previsto para Março de 2026.
Em comunicado à bolsa, a empresa indicou que registará uma imparidade de 372 milhões de dólares nos activos da Mozal e que irá reduzir investimentos, incluindo a suspensão de actividades como o revestimento de cubas de produção. A decisão surge após longas negociações com o Governo moçambicano, a Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB), principal fornecedora de energia, e a sul-africana Eskom, que actualmente complementa o abastecimento quando necessário.

O director executivo da South32, Graham Kerr, sublinhou que a proposta actualmente em discussão “tornaria o projecto financeiramente inviável, resultando em fluxos de caixa negativos todos os meses”. Kerr acrescentou que a empresa mantém esperança numa solução que assegure a continuidade da operação para além de 2026, dada a “substantial contribuição da Mozal para a economia moçambicana”.
A empresa prevê que a sua quota de produção anual caia de 355 mil toneladas em 2025 para cerca de 240 mil toneladas em 2026, caso o fornecimento de energia não seja garantido em condições competitivas. Esta é a segunda vez, em menos de um ano, que a South32 alerta para potenciais perdas no projecto, depois de protestos nacionais, em Dezembro passado, terem afectado a produção.
Fonte: REUTERS