Sexta-feira, Agosto 15, 2025
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Suspensão dos apoios da USAID que equivaliam a 3% do PIB é que provocou “escassez de divisas em Moçambique”, revela Agência Fitch

A agência de notação Fitch reconhece que a suspensão dos apoios da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) a Moçambique contribuiu para agravar a escassez de moeda estrangeira no País, dado que os desembolsos daquela agência representavam cerca de 3% do Produto Interno Bruto (PIB).

Segundo a Fitch, na sua mais recente avaliação a Moçambique, a escassez de divisas em 2025 intensificou-se parcialmente devido à queda dos financiamentos externos ao Governo, incluindo a suspensão da USAID, que em 2024 desembolsou 37 mil milhões de meticais (586 milhões de dólares) para projectos prioritários nas áreas da saúde e educação.

O encerramento definitivo da USAID, anunciado a 1 de Julho deste ano pelo novo Governo dos Estados Unidos, liderado por Donald Trump, resultou na perda de cerca de 2500 postos de trabalho em Moçambique, conforme dados do Governo, um impacto que a ministra do Trabalho, Género e Ação Social, Ivete Alane, reconheceu como um “problema” para a economia, apesar de não existirem estimativas oficiais detalhadas.

Na avaliação de Agosto, a Fitch manteve a notação de risco de Moçambique em CCC, o último nível antes do incumprimento financeiro, destacando ainda que o aumento da conversão obrigatória das receitas de exportação para moeda local, de 30% para 50%, deverá ajudar a aliviar a pressão sobre a escassez de divisas. Além disso, a agência aponta para a expectativa de um novo programa com o Fundo Monetário Internacional (FMI) até ao final do ano.

O Banco de Moçambique está a implementar medidas para melhorar a fluidez no mercado cambial, redistribuindo as divisas disponíveis para satisfazer melhor as necessidades de importadores, exportadores e investidores. O governador do banco central, Rogério Zandamela, afirmou que essas medidas incluem a redução dos limites de retenção diária de divisas adquiridas pelos bancos, procurando facilitar o acesso do público às moedas estrangeiras.

A Confederação das Associações Económicas (CTA), maior associação empresarial do País, alertou em Fevereiro para a persistente falta de divisas no mercado bancário, que afecta sectores cruciais como a saúde, aviação, combustíveis e importação de alimentos, complicando as operações comerciais.

Fonte: LUSA

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