A mineradora australiana Syrah Resources, que explora uma mina de grafite no distrito de Balama, na província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, retomou as actividades depois de um impasse com as comunidades locais, que têm vindo a exigir o que consideram ser uma compensação justa para os desalojados pelo projecto em Setembro passado.
A mineradora retomou as actividades graças à intervenção das Forças de Defesa e Segurança (FDS), que culminou com a expulsão das comunidades das oito aldeias que ainda exigiam indemnizações.
De acordo com uma fonte, citada pela Carta de Moçambique, as actividades foram retomadas há duas semanas. No entanto, estão a decorrer com metade da capacidade normal, em resultado dos trabalhos de limpeza e reparação de equipamentos que estavam inoperacionais desde Outubro passado. Ainda assim, parte da empresa continua sob fortes medidas de segurança, embora os manifestantes tenham deixado de actuar.
“Os trabalhos na mina já tinham começado, mas, por motivos de força maior, os manifestantes foram expulsos. A Unidade de Intervenção Rápida (UIR) teve de intervir, recorrendo a veículos blindados, gás lacrimogéneo e outras formas de perseguição”, disse a mesma fonte, sublinhando ainda que os 12 membros da comunidade que tinham sido detidos foram libertados, mas sob vigilância das autoridades locais.
“Com as medidas de segurança impostas à volta da mina, a deslocação descontrolada das famílias é considerada perigosa, mesmo quando se trata de procurar estacas ou lenha”, acrescentou.