O Instituto Nacional de Petróleo (INP) manifestou recentemente sua expectativa de que o projecto de exploração de gás natural liquefeito (GNL) na península de Afungi, em Cabo Delgado, poderá ser retomado em breve pela TotalEnergies. O projecto, que foi suspenso em 2021 devido a preocupações com a segurança, é visto como crucial para a economia moçambicana, e o INP acredita que as condições necessárias para a sua reactivação estão cada vez mais próximas de serem concretizadas.
De acordo com Nazário Bangalane, presidente do conselho de administração (PCA) do INP, as conversações com a TotalEnergies têm avançado positivamente, e há uma confiança crescente de que as operações possam ser retomadas em um futuro próximo. “Baseando-nos nos contactos que temos mantido com a TotalEnergies a vários níveis, acreditamos que as condições estão reunidas para que as operações comecem em breve. No entanto, ainda não podemos fixar uma data específica, mas estamos a trabalhar intensamente para isso acontecer o mais rápido possível”, declarou Bangalane.
A expectativa de retorno foi também reiterada por Patrick Pouyanné, presidente da TotalEnergies, que em Fevereiro, durante a apresentação dos resultados de 2023, afirmou que a empresa planeia retomar as actividades na bacia do Rovuma até o final deste ano. Pouyanné destacou que a TotalEnergies está a monitorar a situação em Cabo Delgado, observando o retorno da população civil e uma melhoria nas condições de segurança. “Estamos a monitorar o terreno, a população civil já voltou e verificamos uma certa normalidade. Existem algumas questões de engenharia por resolver, mas espero recomeçar o projecto até final do ano”, explicou.
O executivo francês salientou ainda que a TotalEnergies tem feito progressos na mobilização de fornecedores e empreiteiros, essenciais para reactivar o projecto. “Estamos a mobilizar novamente os empreiteiros e não estamos longe de ter tudo pronto para voltar a Moçambique e recomeçar as obras”, acrescentou.
O projecto liderado pela TotalEnergies faz parte de um dos três desenvolvimentos aprovados para a exploração das vastas reservas de gás natural da bacia do Rovuma, uma das maiores do mundo. A bacia de Rovuma inclui dois projectos de grande dimensão que prevêem a extracção de gás do fundo do mar e o seu processamento para exportação em estado líquido. A TotalEnergies lidera o consórcio da Área 1, cujas operações foram suspensas após o ataque a Palma em Março de 2021, enquanto um segundo projecto na Área 4 é liderado pela ExxonMobil e Eni, mas ainda não tem uma data de início definida.