Quinta-feira, Dezembro 26, 2024
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Colocada em causa a importância do aeroporto de Gaza

Assim que foi inaugurado, o aeroporto da província de Gaza, no sul de Moçambique, começou a ser questionado.

O Centro de Integridade Pública (CIP), organização não-governamental moçambicana, questiona a utilidade desta nova infraestrutura e lembra o Aeroporto de Nacala, na província de Nampula, que considera “um elefante branco”.

O presidente moçambicano, Filipe Nyusi, disse na cerimónia de inauguração: “A sustentabilidade do aeroporto de Gaza não será garantida apenas pelo turismo. Não fizemos o aeroporto só por causa do turismo – isso seria pensar curto. A província da Gaza é também portadora de potencial de recursos noutros setores: a agricultura, a pesca, a indústria e os recursos minerais.

O Governo diz que houve estudos de viabilidade que demonstram o potencial económico do aeroporto, mas para o diretor-executivo do CIP, Edson Cortez, “a dúvida é a fiabilidade desses estudos”, porque, diz “o país tem muitas obras faraónicas que tiveram estudos de viabilidade”.

Sobre a informação divulgada pelo Presidente da República, Filipe Nyusi, de que o aeroporto foi construído com dinheiro doado pela China, Edson Cortez respondeu com a máxima: “Não há almoços grátis”.

O ministro dos Transportes e Comunicações, Janfar Abdulai, garantiu a viabilidade da infraestrutura. “As potencialidades da província não deixam qualquer dúvida de que este aeroporto é viável”, disse o governante, que o apresentou ainda como uma eventual alternativa ao Aeroporto Internacional de Maputo para algumas aeronaves.

Margarida Mapandzene, governadora de Gaza fala das vantagens do novo aeroporto: “Era possível chegar sobretudo a Maputo, Inhambane, mas a outras províncias não era tão fácil chegar e, por vezes, alguns operadores ou algumas instituições ou investidores da nossa província preferiam fazer aqui na periferia de Inhambane, Gaza, Maputo, mas agora abriu-se uma porta, uma oportunidade para poder chegar mais longe com pouco tempo”

O aeroporto, construído a 233 quilómetros de Maputo e que ostenta o nome do presidente Filipe Niusy, tem uma pista de 1,8 quilómetros e dimensão para receber cerca de 220 mil passageiros por ano. Custou mais de 53 milhões de euros e foi oferecido pela China.

Está pronto a operar, mas ainda não foram anunciados voos regulares e fontes das empresas Aeroportos de Moçambique (ADM) e Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) disseram à agência Lusa que o dossiê ainda está em preparação.

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