O Banco Mundial anunciou ontem que está a preparar uma ajuda de emergência à Ucrânia de três mil milhões de dólares (2,6 mil milhões de euros), dos quais pelo menos 350 milhões poderão ser libertados esta semana.
O anúncio foi feito em comunicado conjunto com o Fundo Monetário Internacional (FMI) depois de a Ucrânia ter pedido uma ajuda financeira de emergência ao FMI.
O desembolso rápido de pelo menos 350 milhões de dólares (312,5 milhões de euros), a submeter ao conselho de administração do banco para aprovação esta semana, será seguido de um outro, no valor de 200 milhões de dólares (178,5 milhões de euros), destinado especificamente para a saúde e educação.
O Banco Mundial especificou que o seu pacote de ajuda incluirá “a mobilização de financiamento de vários parceiros”.
O FMI irá recorrer ao seu “instrumento de financiamento rápido”, que o conselho de administração poderá avaliar “a partir da próxima semana”.
O Fundo lembra que 2,2 mil milhões de dólares (1,9 mil milhões de euros) estarão disponíveis “até ao final de junho”, ao abrigo de outro instrumento, denominado “acordo de confirmação”, que visa responder “rapidamente às necessidades de financiamento externo dos países e apoiar as políticas para sair de situações de crise”.
Na sexta-feira (, um dia depois da invasão russa da Ucrânia, a diretora-geral do FMI, Kristalina Georgieva, anunciou que o país pediu uma ajuda financeira de emergência e indicou que o Fundo estava a avaliar todas as opções de apoio adicionais possíveis.
O Banco Mundial e o FMI temem consequências económicas da guerra entre a Rússia e a Ucrânia para outros países, salientando que “os preços das matérias-primas estão a aumentar e podem alimentar ainda mais a inflação, que atinge os mais pobres”.
“As perturbações sobre os mercados financeiros continuarão a agravar-se se o conflito persistir”, advertem as duas instituições financeiras, sublinhando que as sanções contra a Rússia terão um impacto económico significativo.
Em comunicado, Banco Mundial e FMI declaram-se “profundamente chocados e entristecidos com o devastador custo humano e económico da guerra na Ucrânia”, solidarizando-se com o povo ucraniano face a “acontecimentos horríveis”.
A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já mataram mais de 350 civis, incluindo crianças, segundo Kiev. A ONU deu conta de mais de 100 mil deslocados e mais de 660 mil refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia.
O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a “operação militar especial” na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de a Rússia se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções para isolar ainda mais Moscovo.