Terça-feira, Maio 14, 2024
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Empresários continuam “preocupados” com a violência em Cabo Delgado

A nova incursão em Mocímboa da Praia ocorreu menos de um mês depois do anúncio, em 25 de agosto, pelo chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas de Moçambique, Joaquim Rivas Mangrasse, da eliminação do líder do terrorismo no país, o moçambicano Bonomade Machude Omar, juntamente com outros elementos da liderança do grupo terrorista.

“A situação de Cabo Delgado continua a nossa grande preocupação”, disse Agostinho Vuma, acrescentando que decorre um novo estudo para avaliar o impacto atual dos ataques armados para o empresariado que opera naquela província do norte de Moçambique.

Vuma falava numa conferência de imprensa, em Maputo, após um encontro com o embaixador da União Europeia (UE) em Moçambique, Antonino Maggiore, depois de mais um ataque, na última semana, em Mocímboa da Praia, reivindicado pela organização terrorista Estado Islâmico, através dos seus canais de propaganda, uma incursão que deixou, pelo menos, 10 mortos numa aldeia do interior do distrito.

Segundo o presidente da CTA, um estudo realizado em 2021 apontou para um impacto negativo, no setor empresarial, de cerca de 90 milhões de dólares (84 milhões de euros) em resultado dos conflitos no norte de Moçambique, acrescentando que decorrem iniciativas, também junto da UE, para apoiar “os empresários e dinamizar o negócio” em Cabo Delgado.

“Infelizmente não é um assunto da CTA, como sector privado, depende muito também da atuação das forças” que combatem a insurgência, frisou Vuma, referindo que o novo estudo do impacto dos conflitos vai ser desenvolvido em função do regresso das comunidades e retoma da atividade económica em algumas regiões.

A província de Cabo Delgado alberga o maior projecto de hidrocarbonetos já investido em Moçambique, a Área 4 da Bacia do Rovuma, liderado pela petrolífera francesa TotalEnergies, com uma participação majoritária de 25 por cento. Mas Cabo Delgado também conta outros projectos de hidrocarbonetos e exploração de minérios.

Em 2021, o Projecto foi interrompido por força-maior após ataques recorrentes que colocavam em risco as instalações e os colaboradores da multinacional.

Neste momento, a Forças de Defesa e Segurança, junto dos da SADC e do Ruanda estão no terreno a repor a ordem e tranquilidade na região, com perseguições contínuas aos insurgentes. Esses trabalhos, por sinal, estão a devolver alguma calmaria em algumas zonas afectadas, até porque os deslocados já começam a voltar a suas zonas de origem.

A melhoria na segurança está também estimular ao Governo a desejar o retorno da TotalEnergies às suas operações e o Executivo tem reiterado a necessidade da petrolífera voltar à província, mas a multinacional ainda não deu a conhecer um posicionamento definitivo sobre o assunto.

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