De acordo com informações do jornal Notícias, Cláudio Dambe reconheceu que, até há bem pouco tempo, o andamento das obras era preocupante, o que levou à criação de um plano de ação para reverter a situação. “Neste momento, temos técnicos no terreno a avaliar o que realmente foi feito, e acredito que nos próximos dias teremos os resultados”, afirmou Dambe.
A mesma fonte reconheceu que os atrasos não se verificam apenas em Moçambique, mas também no lado do Maláui. No entanto, sublinhou que a situação é mais grave no território nacional. “Há realmente um atraso no Maláui, mas em Moçambique a extensão da linha é duas vezes maior que no país vizinho e o empreiteiro é o mesmo, daí que os problemas que se verificam do outro lado da fronteira também estejam a ocorrer aqui”, explicou Dambe. Ele também mencionou que os atrasos do lado moçambicano não são inteiramente imputáveis ao empreiteiro indiano, devido à necessidade inicial de contratar uma empresa especializada para a desminagem e de negociar a travessia da linha por uma área reservada à exploração mineira.
A primeira avaliação deste plano será feita dentro de dias, ainda este mês, com resultados preliminares esperados em breve.
Recorde-se que a primeira pedra para a construção da linha de transmissão de alta tensão entre Moçambique e Maláui foi lançada em Novembro de 2021. Devido a atrasos iniciais, os trabalhos só começaram em Março de 2023. “A linha de alta tensão entre Moçambique e Maláui terá uma extensão de 560 quilómetros, 280 em cada país. Esta infra-estrutura permitirá a interligação das redes eléctricas dos dois países e a exportação de energia excedente de Moçambique para o Maláui”, lê-se na notícia.
Avaliada em 381,5 milhões de dólares, a linha de alta tensão é financiada pelo Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) e pelo Banco Mundial (BM). O projecto visa aumentar o acesso à energia eléctrica na região, promovendo o desenvolvimento económico e social de ambos os países.
A aceleração das obras é uma prioridade para a EDM e os parceiros envolvidos, que reconhecem a importância da infra-estrutura para a integração energética e o desenvolvimento sustentável da região.