Quarta-feira, Dezembro 18, 2024
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Como a Energia Solar pode redefinir custos domésticos em Moçambique

Em tempos de busca por soluções energéticas sustentáveis, um estudo liderado pela Prof. Doutora Célia Artur, da Universidade Eduardo Mondlane, apresenta uma proposta disruptiva para os lares de Maputo: sistemas solares térmicos para aquecimento de água. Esta solução pode reduzir significativamente o consumo energético e as emissões de dióxido de carbono, ao mesmo tempo que alivia os custos domésticos.

O Estudo e os seus resultados

A pesquisa, realizada com o apoio do Fundo Nacional de Investigação (FNI), envolveu 700 lares distribuídos por 28 bairros da capital moçambicana. Actualmente, 46% das famílias utilizam electricidade e 41% biomassa para aquecer água, práticas que, embora comuns, apresentam elevados níveis de ineficiência energética. A biomassa, por exemplo, consome cerca de 2.920 kWh anuais por lar, mais do que o dobro da energia consumida por aquecedores eléctricos.

A transição para sistemas solares térmicos poderia transformar este cenário:

  • Redução do consumo de electricidade em até 65,7%;
  • Queda nas emissões de carbono em 78,7%;
  • Economia média anual por família de 244 USD.

Com eficiência de até 99% no aquecimento de água, dependendo da capacidade instalada, esta tecnologia desponta como um aliado essencial na sustentabilidade urbana.

Biomassa: o outro pilar da sustentabilidade

A investigação vai além da energia solar, explorando o potencial da biomassa invasora como fonte renovável de energia. Em parceria com a Botswana International University of Science and Technology, desenvolve-se um sistema de torrefacção que transforma biomassa em biocombustíveis sólidos acessíveis e limpos.

A iniciativa, em curso até 2025, prevê:

  • Produção de biocombustíveis a partir de 120 milhões de hectares de biomassa disponíveis na África Austral;
  • Construção de geradores solares parabólicos em Moçambique;
  • Optimização de sistemas de torrefacção no Botsuana.

Além do impacto ambiental, o projecto promete benefícios sociais, como a criação de empregos e a capacitação de comunidades em tecnologias de energias renováveis.

Desafios e caminhos para o futuro

Apesar das vantagens, a adopção destas tecnologias enfrenta barreiras, como custos iniciais elevados e a necessidade de políticas públicas que promovam a produção local e a sensibilização para a eficiência energética. Em dias nublados, o uso de sistemas de backup eléctricos pode causar picos de consumo, reforçando a importância de estratégias de mitigação.

O financiamento do FNI evidencia o compromisso de Moçambique com soluções inovadoras que conciliem progresso económico e preservação ambiental. Ao pavimentar o caminho para um futuro energético mais limpo, estas iniciativas destacam-se como referências no continente africano.

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