A Autogás, empresa moçambicana especializada na venda e distribuição de Gás Natural Veicular (GNV), anunciou um investimento de 4 milhões de dólares para a construção de quatro novos postos de abastecimento até 2026. A expansão inclui a construção do Posto de Chicumbane, na província de Gaza, já em fase de implementação, marcando a entrada da empresa em novas regiões fora da capital.
O anúncio foi feito pelo Director Executivo da Autogás, João das Neves, durante o Seminário Autogás 2025, realizado sob o lema “Aproximando os Intervenientes para a Massificação do Uso do Gás Natural”. O evento reuniu cerca de 100 participantes, incluindo representantes do setor energético, do Governo e investidores, para discutir os desafios e oportunidades do mercado de GNV em Moçambique.
Expansão da rede e novos postos de abastecimento
A empresa revelou que parte dos investimentos está a ser financiada por um fundo da SASOL e do Banco Nacional de Investimento (BNI), possibilitando a construção de postos de abastecimento nas cidades de Xai-Xai, Maxixe e Pambara. Além disso, dois novos postos serão erguidos na Cidade e Província de Maputo com financiamento próprio da Autogás.
Atualmente, Moçambique conta com sete postos de abastecimento de GNV, mas a meta da empresa é atingir vinte infra-estruturas nas províncias de Maputo, Gaza e Inhambane até 2035.
Desafios e necessidade de incentivos
Apesar do potencial de crescimento, a massificação do uso do GNV enfrenta desafios. João das Neves destacou a falta de incentivos fiscais e aduaneiros para importação de viaturas movidas a gás natural, além da ausência de uma legislação que promova o uso de transporte público e semicoletivo a GNV.
Outro ponto crítico é a desdolarização do preço de compra do gás, além da necessidade de regulação das tarifas de transporte do gás comprimido e incentivos para novos operadores entrarem no mercado.
GNV como alternativa económica e sustentável
Durante o evento, Moisés Paulino, Director Nacional de Hidrocarbonetos e Combustíveis, afirmou que a expansão do GNV faz parte da estratégia do Governo para reduzir a dependência de combustíveis fósseis importados, estimular o crescimento económico e garantir sustentabilidade ambiental.
Já o Presidente do Conselho de Administração da Autogás, Octávio Muthemba, ressaltou que o GNV representa uma alternativa viável para mitigar os impactos da crise energética, reduzindo custos operacionais das empresas, criando empregos e alinhando o país à transição energética global.
Actualmente, estima-se que cerca de 4.000 viaturas em Moçambique utilizam GNV, entre veículos ligeiros e pesados. O sector pretende ampliar esse número para 14.000 nos próximos anos, acompanhando o crescimento da rede de abastecimento e a conversão de frotas.
A Autogás reafirmou o compromisso de continuar a investir na expansão da rede de abastecimento e na massificação do uso do GNV no país, consolidando um modelo energético mais sustentável e acessível para os moçambicanos.