Os Estados Unidos aprovaram um empréstimo de quase 5 mil milhões de dólares para o projecto de gás natural liquefeito (GNL) da TotalEnergies em Moçambique, superando um obstáculo significativo para a retoma deste empreendimento, que tem enfrentado atrasos devido a questões de segurança na região de Cabo Delgado.
O Banco de Exportação e Importação dos EUA (Exim) já havia aprovado anteriormente um empréstimo de 4,7 mil milhões de dólares para este projecto de 20 mil milhões de dólares durante a primeira administração do presidente Donald Trump. No entanto, a construção foi interrompida em 2021 devido a distúrbios violentos na região norte de Cabo Delgado, exigindo uma nova aprovação do financiamento.
Patrick Pouyanne, CEO da TotalEnergies, afirmou recentemente que esperava a aprovação do financiamento dos EUA nas próximas semanas, com outras agências de crédito a seguirem o exemplo nos meses subsequentes. A empresa aguardava a reaprovação dos empréstimos pelas agências de crédito à exportação dos Estados Unidos, Reino Unido e Holanda antes de suspender a medida de força maior no projecto, em vigor desde 2021.
Estevão Pale, ministro da Energia de Moçambique, expressou expectativa de que o Reino Unido e a Holanda também reconfirmem o seu apoio. O projecto Mozambique LNG, no qual a TotalEnergies detém uma participação operacional de 26,5%, estava previsto para transformar Moçambique num grande produtor de GNL. Contudo, o projecto foi interrompido devido a uma insurgência liderada por militantes ligados ao Estado Islâmico que assolou a região.
Desde então, a segurança na área melhorou, com a empresa parceira, Mitsui, indicando em dezembro que os preparativos finais estavam em andamento para retomar a construção após renegociações com os contratantes. No entanto, grupos ambientalistas alertam que os riscos de segurança associados ao projecto deveriam ser suficientes para negar o apoio ao mesmo.
Daniel Ribiero, coordenador técnico da Friends of the Earth Moçambique, afirmou que “as violações dos direitos humanos, o conflito armado, os impactos ambientais e as projecções económicas arriscadas do projecto Mozambique LNG deveriam ter mantido a maioria dos investidores sensatos afastados”.
Fonte: Reuters