A CTA manteve um encontro, recentemente, com o representante-residente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Olamide Harrison, para discutir os desafios do sector privado moçambicano. Durante o encontro, a CTA convidou o FMI a participar como parceiro estratégico na 20ª CASP, a ter lugar nos dias 12 e 13 de Novembro de 2025, subordinada ao lema “Reformar para Competir: Traçando Caminhos para o Relançamento Económico”.
Dado o papel preponderante que o FMI tem desempenhado nos processos de estabilização macroeconómica e na recuperação financeira de Moçambique, a CTA considera relevante a sua participação activa na CASP, não só como orador, mas também como parceiro estratégico do evento, particularmente nas áreas ligadas à política fiscal, cambial e à estabilidade macroeconómica.
“Vivemos um momento delicado. A escassez de divisas, as pressões cambiais e a necessidade de implementar reformas estruturais tornaram-se desafios centrais. O sector privado, em particular, tem enfrentado enormes dificuldades no acesso a moeda externa, situação que afecta directamente a importação de insumos, matérias-primas e equipamentos. Estes constrangimentos comprometem seriamente a produtividade e a competitividade da economia nacional”, destacou o presidente da CTA, Álvaro Massingue.
Durante o encontro com o FMI, a CTA manifestou preocupação com a elevada carga tributária, actualmente situada em 36,1%, tendo defendido uma reforma fiscal profunda, baseada na redução dos impostos, alargamento da base tributária e promoção da equidade e previsibilidade do sistema.
O presidente da CTA reafirmou o compromisso da instituição com a agenda de reformas económicas visando a estabilidade macroeconómica. Sobre esta preocupação, o representante- residente do FMI em Moçambique reconheceu a legitimidade e apontou que esta instituição financeira internacional está a trabalhar em conjunto com o Governo para solucionar as preocupações do sector empresarial, incluindo a questão de carga tributária.
Olamide Harrison apontou algumas soluções, com ênfase para a redução da despesa pública, que actualmente se situa nos 34% do PIB, que é alto da média da África Subsaariana, contra 27% da capacidade de arrecadação de receitas.
“O Governo de Moçambique está a tentar reduzir a pressão da dependência externa, aumentando a receita, sem contudo olhar para a redução de despesas.
Para financiar estas despesas, ao mesmo tempo reduzindo a pressão de dependência externa, terá que recorrer à tributação”, destacou o representante do FMI.