Quinta-feira, Novembro 21, 2024
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Bancos moçambicanos verificam crédito de incumprimento acima do recomendado

Maioria dos bancos moçambicanos apresentam índices de crédito em incumprimento acima dos 5% recomendados pelo Banco de Moçambique (BdM). Segundo o recente relatório sobre Indicadores económico-financeiros dois bancos se destacaram com os maiores rácios de crédito em incumprimento: Banco Nacional de Investimento (BNI) e Moza Banco.

O BNI encerrou o terceiro trimestre com um rácio de crédito em incumprimento de 43,79%, marcando uma redução em relação aos 60,45% registados no trimestre anterior. Já o Moza Banco, o quinto maior banco do país, apresentou um rácio de crédito em incumprimento de 26,92%. Esses números revelam uma tendência alarmante, especialmente considerando que a recomendação do BdM é de manter esse índice abaixo dos 5%.

Dos cerca de 15 bancos comerciais listados pelo BdM, apenas três conseguiram manter-se abaixo do limite recomendado. O First Capital Bank (FCB), United Bank for Africa (UBA) e Standard Bank apresentaram rácios de crédito em incumprimento de 0,59%, 0,83% e 2,59%, respectivamente. Essas instituições destacam-se em meio a um panorama em que a maioria dos bancos enfrenta desafios significativos para conter a inadimplência.

O governador do BdM, Rogério Zandamela, afirmou no início deste mês que o sector bancário nacional está “sólido e bem capitalizado”. No entanto, ele também alertou para o persistente desafio representado pelos níveis elevados de crédito em incumprimento. Essa discrepância entre a solidez do sector e a persistência dos índices de inadimplência levanta questões sobre as estratégias adoptadas pelos bancos para mitigar os riscos e manter a estabilidade financeira.

A alta taxa de crédito em incumprimento sugere a necessidade urgente de os bancos revisarem suas práticas de concessão de crédito e implementarem medidas mais robustas de gestão de riscos. A transparência e a eficiência nas operações bancárias serão cruciais para restaurar a confiança dos investidores e assegurar a estabilidade do sistema financeiro moçambicano diante desses desafios persistentes. O BdM, por sua vez, pode ser instado a avaliar e ajustar as políticas regulatórias para garantir a saúde a longo prazo do sector.

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