Segunda-feira, Abril 29, 2024
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BVM: Moçambique coloca o equivalente a 52,6 milhões de euros em dívida na segunda operação do ano

Dados da Bolsa de Valores de Moçambique (BVM) revelam que o Estado colocou o equivalente a 52,6 milhões de euros na segunda emissão de Obrigações do Tesouro de 2024, com a taxa de juro a subir para 19,5%.

Esta é a segunda emissão realizada no espaço de uma semana e, conforme a BVM, que conduziu a operação realizada na Quarta-feira (17), as propostas apresentadas pelos Operadores Especializados em Obrigações do Tesouro representaram uma procura global de 4,1 mil milhões de meticais (59,8 milhões de euros), com a relação procura e oferta a atingir 102,8%.

A taxa mínima de juro foi fixada em 19,5% e a máxima em 23%, para uma maturidade de cinco anos. A emissão de Obrigações do Tesouro 2024-2.ª Série, cuja taxa de juro subiu face às anteriores, foi de 3,6 mil milhões de meticais (52,6 milhões de euros), para um montante inicialmente requerido de quatro mil milhões de meticais (58,2 milhões de euros).

Na primeira emissão de Obrigações do Tesouro do ano, realizada em 10 de Janeiro, o Estado colocou dois mil milhões de meticais (29,5 milhões de euros), com uma procura de 123,61%, pagando juros de 18%, que também subiram face às anteriores.

O Governo prevê um défice equivalente a 2,3 mil milhões de euros em 2024, financiado com novo endividamento. Segundo os documentos de suporte ao Plano Económico e Social e Orçamento do Estado (PESOE) para 2024, o Governo espera arrecadar em receitas mais de 383,5 mil milhões de meticais (5,6 mil milhões de euros), correspondente a 25% do PIB estimado.

Do lado da despesa do Estado, a previsão orçamental para o próximo ano é de mais de 542,6 mil milhões de meticais (7,9 mil milhões de euros), equivalente a 35,3% do PIB. O défice orçamental previsto pelo Governo para 2024 é superior a 159,4 mil milhões de meticais (2,3 mil milhões de euros), um aumento de 38,6% face ao estimado para 2023.

Para financiar o défice, o Governo prevê recorrer a donativos externos, endividamento externo e crédito interno. O país também aprovou a Estratégia de Gestão da Dívida pública 2023-2026, que orienta as opções de endividamento para os próximos anos.

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