A Central Térmica de Temane (CTT), um projecto orçado em 650 milhões de dólares americanos, que vai produzir 450 Megawatts de energia eléctrica, está programada para entrar em funcionamento este ano, segundo informações do Governo e do plano do projecto.
A CTT é a primeira central eléctrica a gás desta dimensão a ser construída no país após a independência. Ela representará um marco importante, produzindo energia limpa em um momento em que Moçambique está desenvolvendo sua Estratégia de Transição Energética.
A construção, iniciada em Março de 2022, está avançando conforme o planeado, com a execução actualmente acima dos 60%. O início das operações deverá manter-se inalterado, aproximando cada vez mais o plano de produção de energia a partir do gás natural dos jazigos de Pande, Temane e Inhassoro. Isso permitirá a geração de energia para alimentar o país e exportar para a região.
Espera-se que esse projecto aumente em cerca de 16% a capacidade instalada de produção de energia no país, contribuindo para atender à demanda de cerca de 1,5 milhões de famílias no âmbito do Programa de Acesso Universal à Energia até 2030.
A iniciativa faz parte da política do Governo, que prioriza o desenvolvimento industrial, utilizando o gás natural e criando um quadro legal atraente para os investidores.
Uma parceria público-privada, composta pela Globeleq, Electricidade de Moçambique e SASOL, obteve uma concessão válida por 25 anos para este projecto, sendo que o activo será transferido para o Estado moçambicano no final do contrato.
O ministro dos Recursos Minerais e Energia, Carlos Zacarias, afirmou que a construção da maior central eléctrica a gás do país estava quase concluída, com a expectativa de que a infra-estrutura entrasse em funcionamento ainda este ano (2024).
Além de utilizar o gás natural, o projecto reutilizará o vapor gerado para produzir uma quantidade adicional de electricidade. No âmbito do mesmo projecto, está sendo construída uma linha de transporte entre Temane, em Inhassoro, e a província de Maputo, com uma extensão de 563 quilômetros e um custo superior a 400 milhões de dólares.
Os CTT são detidos em 85% pela Mozambique Power Invest (MPI) e em 15% pela Sasol Africa, sendo que a MPI é detida pela Globeleq (76%) e pela EDM (24%).