Os preços médios de energia e commodities apresentaram um aumento notável no mês de Março, revela um relatório recente do Banco Mundial. De acordo com os dados compilados, houve um incremento de 2,0% nos preços médios de energia em comparação com a média de Fevereiro de 2024. Esse aumento é essencialmente atribuído à aceleração dos preços do petróleo em 3,72%.
O contexto para essa ascensão nos preços do petróleo é multifacetado. Por um lado, prevalecem receios relacionados ao fornecimento, influenciados pelos cortes voluntários na produção dos países membros da OPEP+ e pelo agravamento das tensões geopolíticas no Oriente Médio.
Além dos preços de energia, os produtos agrícolas também testemunharam um aumento de 2,2% durante o mesmo período. Destacam-se, nesse sentido, os preços do algodão, reflectindo perspectivas de escassez na oferta.
Por outro lado, nem todos os segmentos experimentaram um aumento. Os preços dos géneros alimentícios, uma componente vital do índice de preços agrícolas, diminuíram em 0,6%. Esse declínio foi especialmente pronunciado nos preços do arroz (-1,76%) e do trigo (-1,32%).
No que diz respeito aos metais, observou-se um acréscimo de 1,4% nos preços, com destaque para o zinco, que registou um aumento de 4,28%. Essa tendência é atribuída às perspectivas de aumento na demanda. Um ponto de destaque foi o aumento da procura por alumínio, impulsionado particularmente pela China. Os preços do alumínio aceleraram em 2,16%, reflectindo a crescente demanda desse metal.
Diante desses dados, fica evidente que os factores geopolíticos e as dinâmicas de mercado estão exercendo uma influência significativa sobre os preços globais, com impactos potenciais em diversos sectores da economia mundial.
- Preços de commodities associados aos grandes projectos: Exportação
Durante o mês de Março de 2024, o mercado global de energia testemunhou movimentações significativas nos preços do carvão mineral e do gás natural, impulsionadas por uma série de factores que vão desde mudanças na oferta até à evolução da demanda por parte dos principais consumidores.
O preço médio do carvão mineral registou um aumento de 5,85%, atingindo USD 131,49 por tonelada métrica. Esse incremento foi motivado pelas previsões de redução na oferta e pelo aumento da demanda por parte dos principais consumidores. A revisão em baixa das previsões de exportação de carvão pela U.S. Energy Information Administration (EIA), em decorrência do fechamento do porto de Baltimore devido ao colapso da ponte Francis Scott Key, é um factor adicional que contribui para a pressão ascendente nos preços. Estima-se que esse incidente possa interromper as exportações por até seis semanas, afectando a venda de aproximadamente 2,5 milhões de toneladas. Apesar dos esforços para transição para energias limpas, a China, maior consumidor mundial de carvão, continua a se aproximar do pico de consumo, com previsões de aumento de cerca de 4% neste ano.
Em contraste, o mercado de gás natural dos EUA enfrentou uma tendência de queda, com a cotação média depreciando em 12,85%, para USD 1,50 por MMBtu. Isso reflete uma oferta doméstica robusta, apesar de uma limitação temporária nas unidades de transporte da terminal de exportação Freeport LNG, no Texas, até Maio. A EIA prevê um menor volume de reservas entre Abril e Outubro deste ano, considerando uma diminuição na produção dos EUA no segundo e terceiro trimestres. Portanto, espera-se que a cotação do gás natural permaneça abaixo de USD 2,0 por MMBtu no segundo trimestre e abaixo de USD 2,20 por MMBtu até o final do ano. Essas movimentações nos preços do carvão e do gás natural destacam as complexidades e dinâmicas variadas que moldam o mercado global de energia, com implicações importantes para consumidores, produtores e investidores em todo o mundo.
Preços do gás
Em Março, o preço médio do gás natural da Europa apreciou em 4,97% para USD 8,55
por MMBtu, impelido pelas perspectivas de redução da oferta, devido aos ataques às instalações energéticas na Rússia por parte da Ucrânia, assim como ao aumento da procura na Ásia. No período em análise, a cotação média do alumínio apreciou em 2,16% para USD 2.226,16 por tonelada métrica, reflectindo as perspectivas de aumento da procura por parte do maior consumidor do mundo, a China. Os dados optimistas da China, atinentes ao crescimento da actividade industrial em Março (após cinco meses consecutivos de contracção), fomentaram as expectativas de um aumento da procura.
Commodities de Importação
No mês de Março, o preço médio do petróleo apreciou, impulsionado pelos receios em
torno da oferta, como resultado da recente prorrogação dos cortes voluntários na produção por parte da OPEP+, bem como os conflitos no médio oriente, num momento em
que a procura tende a aumentar.
O Governo russo assumiu o compromisso de reduzir a produção no segundo trimestre, por forma a cumprir a meta da OPEP+ de 9 milhões de barris por dia (em Fevereiro foi produzido cerca de 9,5 milhões de barris por dia). Estas perspectivas foram agravadas por ataques de drones ucranianos às refinarias russas, afectando negativamente cerca de 12% da capacidade de processamento de petróleo do país. Segundo a EIA4. O desempenho do preço esteve também associado ao aumento do risco geopolítico relacionado com os ataques aos navios comerciais que transitam pelo canal de navegação do Mar Vermelho e com tensões generalizadas em toda a região.
Veja o estudo completo em: Relatório do mercado de commodities 2024.