Com este passo, o Millennium Bim assegura um mecanismo de financiamento às PME com participação nos megaprojectos, para permitir que este segmento empresarial tire proveito das oportunidades criadas pelos hidrocarbonetos, segundo informa o Diário Económico.
“Através deste memorando de entendimento que assinámos, iremos conceder um conjunto de condições especiais de acesso aos nossos produtos e serviços financeiros às PME previamente identificadas no âmbito do Programa LINKAR da ENH”, explicou o presidente da Comissão Executiva do Millennium Bim, João Manuel Martins.
Concebido pela ENH e lançado em 2022, o programa LINKAR pretende promover o desenvolvimento das PME’s nacionais na indústria de petróleo e gás, através da assistência técnica, capacitação, apoio institucional, certificação e padronização de processos.
Igualmente, tem o potencial de estimular às PME’s com a identificação de oportunidades de ligações empresariais e de firmação de contratos para a prestação de serviços. O programa conta já com cerca de 1.5 milhões de dólares, desembolsados pelo Banco Africano de Desenvolvimento (BAD).
Nesse sentido, o PCE do Bim prosseguiu: “Desta forma, estaremos igualmente a promover o conteúdo local, aspecto que consideramos estratégico. Através desta parceria, ficamos alinhados com o Programa Linkar do ENH, que tem a visão central de estimular as ligações dos processos produtivos entre as PME e os grandes projectos actualmente em execução no sector de petróleo e gás em Moçambique”, apontou.
Cobertura de custos de financiamento
Reconhecendo que o custo do dinheiro é elevado em Moçambique, João Manuel Martins assegurou que o banco vai tentar colocar o seu financiamento a um preço competitivo para que as PME tirem vantagem das oportunidades oferecidas pelo sector do petróleo e gás.
Por sua vez, o presidente da ENH, Estevão Pale, considerou importante o fortalecimento da capacidade financeira das PME moçambicanas para poderem participar nos projectos de hidrocarbonetos, tendo em conta o elevado grau de exigência de impostos pelas multinacionais do ramo.
“No nosso entender, a contribuição da indústria de petróleo e gás para a economia não deverá levar em conta apenas as participações do Estado, pois é importante a participação do sector privado nacional na indústria, em particular as PME, que constituem a grande maioria das operadoras do sector privado nacional”, defendeu Estêvão Pale.
O acordo assinado entre o Millennium bim e a ENH é válido por cinco anos e os montantes serão disponibilizados em função das necessidades e capacidade de reembolso das empresas beneficiárias.
À data de 30 de Junho, Millennium bim contava com um capital social de 4,5 mil milhões de meticais (64,1 milhões de euros), a maioria detido pelo BCP África (grupo Millennium BCP), com uma participação de 66,69 por cento.
Segue, então, o Estado moçambicano com 17,12% , o Instituto Nacional de Segurança Social de Moçambique (4,95%) e a Empresa Moçambicana de Seguros (4,15%), entre outros accionistas.