O director-geral da Exxon Mobil em Moçambique, Jos Evens, disse durante a Cimeira de Gás de Moçambique que seria especulação indicar uma data para a decisão final de investimento do consórcio da Área 4 nas reservas Mamba do gás natural do Rovuma.
“O futuro parece brilhante e confiável, mas apontar uma data é especulação. Depende de como o mercado evoluir nos próximos meses e anos e isso será um factor importante para os acionistas se juntarem e avaliarem a viabilidade do projecto”, referiu durante a Cimeira Moçambique Gas Summit realizada ontem pela Internet (28.10).
Jos Evens respondia a uma pergunta directa sobre se a decisão seria tomada em 2021, depois de a petrolífera a ter adiado este ano, pouco depois de declarada a pandemia da covid-19 com impacto negativo na economia global.
“Devido às mudanças de mercado, precisamos de continuar a trabalhar com o Governo e parceiros para optimizar os planos e explorar oportunidades ligadas ao contexto de custos global”, referiu.
“Precisamos de assegurar a necessária competitividade de custos do projecto. No próximo ano, os parceiros da Área 4 vão analisar a evolução e viabilidade do projecto”, explicou.
Moçambique aprovou três projectos para exploração de gás natural ao largo da costa de Cabo Delgado.
Há dois projectos de maior dimensão que vão canalizar o combustível do fundo do mar para terra, exportando-o em estado líquido: um é liderado pela Total (consórcio da Área 1) e está a avançar para arrancar em 2024, sendo o outro o projecto adiado da Exxon Mobil e Eni (consórcio da Área 4).
Um terceiro projecto mais avançado e de menor dimensão pertence também ao consórcio da Área 4 e consiste numa plataforma flutuante que vai captar e processar o gás para exportação directamente no mar, com arranque marcado para 2022.
Actualmente, o projecto da Área 1 é o maior investimento privado em curso em África, avaliado entre 20 e 25 mil milhões de euros, e o empreendimento com decisão de investimento pendente da Exxon Mobil e Eni tem dimensão semelhante.