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Dívidas da Eskom atrasam a importação de mais energia de Moçambique para RSA

As dívidas da Eskom, principal provedor de energia eléctrica na África do Sul, contribuíram para o atraso na importação de mais 100 megawatts de energia de Moçambique, um negócio que foi acordado em Junho. Quem o diz é o ministro sul-africano da Electricidade, Kgosientsho Ramokgopa, que aponta que a empresa não está a levar a sério a situação. 

As cinco turbinas gigantes da barragem de Cahora Bassa, na província ocidental moçambicana de Tete, podem, em teoria, gerar 2.075 megawatts. A maior parte desta energia já é vendida à Eskom.

A longo prazo, será construída uma nova barragem hidroeléctrica, a Mphanda Nkuwa, no Zambeze, cerca de 60 quilómetros a jusante de Cahora Bassa. A partir de 2030, a barragem produzirá 1.500 megawatts.

No início deste mês, o governo moçambicano disse que estava confortável por não ter havido progressos por parte da Eskom na finalização da aquisição da electricidade prometida para ajudar a aliviar os cortes de energia contínuos, conhecidos pelo eufemismo  “corte de carga” naquele país.

Segundo Ramokgopa, a adição de 100 megawatts de eletricidade aumentará os recursos eléctricos da África do Sul em 0,2% e equivale a cerca de 10% de uma fase de corte de carga. No entanto, era importante para a Eskom aceder a todos os megawatts que pudesse.

Segundo o ministro, as questões da dívida herdada entre a Eskom e a sua homóloga moçambicana, a Electricidade de Moçambique (EDM), foram um obstáculo, enquanto outro foi a complexidade do contrato, que teve de ter em conta o preço dos produtos de base e o risco cambial.

A crise de energia abala a  África do Sul desde 2007. Nos últimos dois anos, a situação ficou grave, afectando habitações e o normal funcionamento das actividades económicas, os cortes são recorrentes e chegam a durar de seis a 12 horas ao dia.

As projeções sugerem que a África do Sul precisa de cerca de 6.000 megawatts de capacidade adicional para ultrapassar o actual défice. O Executivo sul-africano desenhou algumas estratégias que visam ajudar a Eskom a reerguer-se da situação e repor o fornecimento normal da electricidade naquele país.

Uma das soluções prende-se com a massificação da rede de energias renováveis e é a Eskom que está a liderar o processo, inclusive tem metas já traçadas.

“A implantação maciça de energias renováveis oferece-nos a melhor hipótese de acabar com os cortes de carga o mais rapidamente possível. A Eskom está a adquirir 400 MW de armazenamento de baterias através do seu programa Battery Energy Storage Systems (BESS) com os primeiros projectos a serem concluídos nos próximos doze meses”, informou uma nota da Presidência sul-africana.

Outra forma que o Governo da África do Sul encontrou foi a de facilitar o licenciamento de provedores de energia privados. Como consequência dessa medida, mais de 80 projectos encontram-se em várias fases de desenvolvimento.

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