As cinco turbinas gigantes da barragem de Cahora Bassa, na província ocidental moçambicana de Tete, podem, em teoria, gerar 2.075 megawatts. A maior parte desta energia já é vendida à Eskom.
A longo prazo, será construída uma nova barragem hidroeléctrica, a Mphanda Nkuwa, no Zambeze, cerca de 60 quilómetros a jusante de Cahora Bassa. A partir de 2030, a barragem produzirá 1.500 megawatts.
No início deste mês, o governo moçambicano disse que estava confortável por não ter havido progressos por parte da Eskom na finalização da aquisição da electricidade prometida para ajudar a aliviar os cortes de energia contínuos, conhecidos pelo eufemismo “corte de carga” naquele país.
Segundo Ramokgopa, a adição de 100 megawatts de eletricidade aumentará os recursos eléctricos da África do Sul em 0,2% e equivale a cerca de 10% de uma fase de corte de carga. No entanto, era importante para a Eskom aceder a todos os megawatts que pudesse.
Segundo o ministro, as questões da dívida herdada entre a Eskom e a sua homóloga moçambicana, a Electricidade de Moçambique (EDM), foram um obstáculo, enquanto outro foi a complexidade do contrato, que teve de ter em conta o preço dos produtos de base e o risco cambial.
A crise de energia abala a África do Sul desde 2007. Nos últimos dois anos, a situação ficou grave, afectando habitações e o normal funcionamento das actividades económicas, os cortes são recorrentes e chegam a durar de seis a 12 horas ao dia.
As projeções sugerem que a África do Sul precisa de cerca de 6.000 megawatts de capacidade adicional para ultrapassar o actual défice. O Executivo sul-africano desenhou algumas estratégias que visam ajudar a Eskom a reerguer-se da situação e repor o fornecimento normal da electricidade naquele país.
Uma das soluções prende-se com a massificação da rede de energias renováveis e é a Eskom que está a liderar o processo, inclusive tem metas já traçadas.
“A implantação maciça de energias renováveis oferece-nos a melhor hipótese de acabar com os cortes de carga o mais rapidamente possível. A Eskom está a adquirir 400 MW de armazenamento de baterias através do seu programa Battery Energy Storage Systems (BESS) com os primeiros projectos a serem concluídos nos próximos doze meses”, informou uma nota da Presidência sul-africana.
Outra forma que o Governo da África do Sul encontrou foi a de facilitar o licenciamento de provedores de energia privados. Como consequência dessa medida, mais de 80 projectos encontram-se em várias fases de desenvolvimento.