O incremento da produção interna através de projectos governamentais e investimentos directos, envolvendo investidores privados de 18 países da União Europeia, permitiram que as exportações de Moçambique para o velho continente aumentassem em mais de três mil milhões de dólares, de 2020 para 2021.

A informação foi tornada pública esta quinta-feira (12.05.2022), durante a realização da quarta mesa-redonda económica entre a União Europeia e Moçambique, evento este realizado anualmente, fruto de uma parceria entre o Ministério da Indústria e Comércio e a Associação das Câmaras de Comércio Europeias (EUROCAM).

O Ministro da Indústria e Comércio, Silvino Moreno, destacou o facto de os eventos externos terem desafiado a continuidade de muitos empreendimentos, com destaque para a Covid-19 e a instabilidade nas zonas Centro e Norte.

Transacções comerciais com países africanos é de 2%

Factor directo ou não, o facto é que o nível de transacções comerciais entre Moçambique e os países africanos tem sido bastante fraco, havendo registo de cerca de 2%, sendo a sua maioria concentrada na SADC, que corresponde a 24% do total das exportações e 29% das
importações.

Porém, contrariamente a este factor, as relações entre Moçambique e os países da União Europeia têm sido cada vez mais fortes, principalmente nos últimos cinco anos.

“Particularmente em 2021, as exportações cifraram-se em mais de 16 mil milhões de dólares, o que corresponde a 38% sobre o total das exportações de Moçambique, com um crescimento de 3% em relação ao ano 2020, que foi de cerca de 13.5 mil milhões de dólares”, disse o ministro da Indústria e Comércio, Silvino Moreno.

Aprovados projectos avaliados em mais de 320.9 milhões de dólares

Moreno revelou que, no mesmo período, foram aprovados 219 projectos de investimento envolvendo investidores privados de 18 países da União Europeia, avaliados em mais de 320.9 milhões de dólares.

Tal crescimento, segundo Silvino Moreno, deveu-se ao incremento dos investimentos directos provenientes daquele bloco económico em mais de 320 milhões de dólares, principalmente nas áreas de agricultura, pecuária, agro-processamento, indústria extractiva e energética.

“Ancorados no Made In e no Created In Mozambique, o nosso Governo definiu prioridades sectoriais económicas existentes no mosaico e ecossistema competitivo do país, que estão abertos à capitalização e parcerias externas, numa abordagem integrada e sustentável que vai desde a dinamização das cadeias de valor agrícolas através do Sustenta, os projectos piloto do PRONAI, alguns dos quais têm uma abordagem local no recém- lançado Projecto da Zona Especial de Processamento e Agro-indústria do Corredor de Desenvolvimento Integrado de Pemba-Lichinga (ZEPA), onde a energia, turismo, infra-estruturas e logística são a maior base”, referiu o governante.

Governo diz que já há resultados inquestionáveis

Sobre estes projectos governamentais, o Governo diz que já há resultados inquestionáveis, mas pretende-se fazer mais, com o envolvimento de vários actores sociais.

“A partir do Sustenta e do PRONAI, elegemos os condomínios agrícolas e a aposta no modelo de infra-estruturas de rápido crescimento industrial, através da implantação em regime de parceria público-privada das Zonas Francas e Parques Industriais, sempre privilegiando a sustentabilidade em linha com o nosso compromisso de assegurar o cumprimento do Objectivo de Desenvolvimento Sustentável número 9, dentro da agenda 2063.”

O ministro da Indústria e Comércio apelou para o envolvimento do sector privado para a revitalização e alavancagem da economia nacional após a Covid-19 e eventos climáticos, com recurso a inovações tecnológicas.

A mesa-redonda entre a União Europeia e Moçambique acontece no âmbito da Semana da Europa e está subordinada ao tema “Oportunidades para o sector privado numa sociedade em transição ecológica e digital”.

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