O Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgou recentemente informações preocupantes sobre o sector bancário de Moçambique. Conforme o FMI, há sinais de “bolsas de dificuldades” entre os bancos moçambicanos menores devido às taxas de juros extremamente altas.
Embora o panorama da solidez financeira do sistema bancário pareça positivo, os dados específicos dos bancos revelam áreas de vulnerabilidade, especialmente entre os bancos menores. As altas taxas de juros reais estão contribuindo para o aumento dos empréstimos, o que representa um desafio significativo para essas instituições.
O FMI também expressou preocupação com a persistência das altas taxas de juros reais, que estão aumentando a instabilidade financeira e os riscos de financiamento do governo. O banco central de Moçambique manteve a taxa de juros de política monetária em 17,25% por vários meses, contribuindo para essa situação.
Outro ponto destacado no relatório do FMI foi a restrição da capacidade dos bancos de financiar o governo, devido às reservas mínimas próximas a 40%. Nos últimos cinco anos, a participação dos bancos na emissão de dívida pelo governo tem representado uma média de 23,6% do total dos activos, atingindo um pico de 28,3% em Agosto de 2018 e caindo para 19,8% em Setembro de 2023.
Actualmente, Moçambique conta com 15 bancos comerciais, 12 micro-bancos, além de cooperativas de crédito e organizações de poupança, de acordo com dados do Banco de Moçambique (BdM).
Essas informações do FMI destacam a importância de se abordar as altas taxas de juros e as vulnerabilidades específicas enfrentadas pelos bancos menores em Moçambique. A atenção para essas questões é crucial para garantir a estabilidade e o crescimento sustentável do sector financeiro do país.