Moçambique “tem condições objectivas para se tornar um importante actor na produção e exportação de energia limpa para vários destinos à escala global, num momento em que o gás natural da bacia do Rovuma se apresenta como uma alternativa para a transição energética”. Esta convicção foi expressa quarta-feira (22) em Maputo pelo Ministro da Economia e Finanças, Max Tonela, na abertura da primeira edição do Fórum de Investimento Global Gateway Moçambique – União Europeia (UE), uma organização conjunta entre o Governo de Moçambique e a Delegação da UE e a Associação das Câmaras de Comércio Europeias (EUROCAM).
Segundo o governante, o país tem um grande potencial energético capaz de oferecer ao mundo alternativas para a segurança energética global, referindo-se ao arranque da plataforma flutuante de produção de gás natural liquefeito (GNL) há cerca de um ano, que marcou o início da uma nova era para Moçambique. “Gostaríamos de ver uma maior colaboração entre as pequenas e médias empresas moçambicanas e europeias, que garantam a transformação local destes recursos. Acreditamos que, juntos, estamos em condições de oferecer ao mundo alternativas para a segurança energética global”, enfatizou Max Tonela, acrescentando que as alterações climáticas estão a forçar o mundo a adoptar uma nova abordagem à utilização de energias limpas e menos poluentes.
Além disso, o ministro considerou que Moçambique e a UE têm todos os elementos para se posicionarem conjuntamente na vanguarda da transição energética verde, combinando os recursos moçambicanos e a excelência tecnológica europeia. Como tal, “estes recursos devem ser utilizados para fazer da nossa matriz energética o centro energético da região da África Austral”.
Na mesma ocasião, Tonela desafiou os investidores a olharem para a indústria transformadora moçambicana, pois esta desempenha um papel fundamental no desenvolvimento da economia e na diversificação da base produtiva.
“A transformação local de bens exportados com um actual baixo nível de processamento representa uma excelente oportunidade de investimento, particularmente na produção agrícola de minerais críticos como grafite, areias pesadas e lítio. Não existem motores elétricos sem grafite, muito menos lítio. Portanto, parcerias estruturadas entre europeus e moçambicanos podem aliviar esta procura e devem ajudar a acelerar a industrialização de Moçambique”, sublinhou.
A disponibilização de infra-estruturas eficientes e acessíveis é também outro dos desafios que a economia moçambicana enfrenta e que se apresenta como uma oportunidade de investimento, segundo o ministro. Neste sentido, “existem diversas oportunidades de investimento no país”.