Sexta-feira, Dezembro 13, 2024
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Greves em 7 dias podem causar prejuízos de mais 163 milhões de dólares

As greves convocadas por Venâncio Mondlane, candidato presidencial do partido PODEMOS, que reclama vitória nas eleições do passado 9 de Outubro, geram preocupações significativas sobre os potenciais prejuízos para a economia moçambicana. Num contexto marcado por alegações de fraude eleitoral, a paralisação das atividades em diversos sectores pode resultar em consequências económicas alarmantes.

Com a adesão em massa a estas greves, sectores essenciais como transporte, educação e saúde estão a enfrentar interrupções que comprometem a produção e a prestação de serviços. Empresas que dependem do funcionamento contínuo destes sectores já reportam perdas financeiras, o que pode levar a despedimentos e ao colapso de alguns negócios. Esta dinâmica prejudica não apenas o sector privado, mas também a economia em geral, que se vê forçada a lidar com uma redução na atividade económica.

A situação em Moçambique, com as greves convocadas por Venâncio Mondlane, levanta sérias preocupações económicas. Segundo estimativas, as paralisações podem resultar em prejuízos superiores a 163 milhões de dólares em apenas sete dias, o que destaca o impacto directo em sectores essenciais como transporte, educação e saúde.

A Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) já relatou perdas de mais de 1,4 mil milhões de meticais (cerca de 22 milhões de dólares) no primeiro dia de paralisação, sugerindo que a continuidade das greves pode agravar ainda mais essa situação. As interrupções não só afetam a produção e prestação de serviços, mas também minam a confiança dos investidores e a arrecadação de impostos, potencialmente levando a um colapso de negócios e ao aumento do desemprego.

Em termos de perdas diárias distribuídos em sectores de actividades, estaríamos diante do seguinte cenário:

Transporte: Estimativas de perda de cerca de 5-7 milhões de dólares por dia devido à interrupção do transporte de mercadorias e pessoas.

Educação: A paralisação pode resultar em perdas de até 2 milhões de dólares por dia, considerando o impacto nas escolas e universidades.

Saúde: As interrupções nos serviços de saúde podem causar prejuízos de aproximadamente 1-2 milhões de dólares por dia.

Impacto no PIB: Com a redução da atividade económica, o PIB de Moçambique pode sofrer uma queda de até 0,5-1% a curto prazo se as greves persistirem por mais de uma semana.

Desemprego: Se a situação não for resolvida, estima-se que até 30.000 postos de trabalho possam ser perdidos em setores críticos, como comércio e serviços.

Arrecadação Fiscal: Uma diminuição na arrecadação de impostos pode resultar em uma perda de cerca de 10 milhões de dólares em receita fiscal semanal.

Vale ressaltar que, segundo informações partilhadas pela Agência de Informação de Moçambique (AIM) indicam que a Fronteira de Ressano Garcia gera, em média, 1,5 mil milhões de meticais diariamente. Assim, o total de prejuízos acumulados durante os três dias de manifestações, que levaram à paralisação quase total das actividades em todo o país, soma cerca de 4,5 mil milhões de Meticais.

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