- Mercado Secundário de Obrigações (Bond Market)
O mês de Maio encerrou com sinais claros de reactivação no mercado secundário obrigacionista. A retoma da actividade e o crescimento na performance ao longo da curva de rendimentos, apontam a um reestabelecimento progressivo, ainda que cauteloso, da confiança dos investidores, sobretudo no segmento da dívida pública. O volume de transacções atingiu MZN 951 milhões, 2,5 vezes o volume registado na semana anterior, dos quais 94% corresponde a transacções de títulos de dívida pública e 6% à dívida privada.
No mercado de dívida pública, foram transaccionadas as OT 2022 S6, OT 2022 S7, OT 2022 S10 e OT 2023 S2, com preços variando entre MZN 96.00 e MZN 97.65, todos abaixo do valor par, voltando a evidenciar um padrão de negociação que sugere um interesse específico por títulos que oferecem um retorno até a maturidade equivalente ou próximo à taxa de cupão, e com mais atractivas taxas de cupão num contexto de revisão em baixa das taxas do mercado.
O segmento da dívida privada, atingiu o maior volume semanal registado durante o ano, que ascendeu MZN 55.9 milhões, o qual correspondeu à negociação das Bayport 2021 S1 e das Bayport 2021 S3, transaccionadas aos preços de MZN 99.00 e MZN 101.00.
Ainda na semana em análise, o destaque foi que decorreu o CPMO do Banco de Moçambique, que mais uma vez decidiu baixar a Taxa de Juro de Política Monetária, taxa MIMO, de 11,75% para 11,00%, o que corresponde a uma redução de 75 pbs. A Facilidade Permanente de Cedência (FPC) e Facilidade Permanente de Depósito (FPD), também reduziram para 14.00% e 8.00%, respectivamente, e os coeficientes de reserva, tanto em moeda local como estrangeira, mantiveram-se inalterados. As perspectivas de inflação de um dígito continuam a ser positivas, tendo se fixado em 4.00% após 4.80% em Março, e são apoiadas pelo metical estável e pelas medidas do CPMO.
Para a primeira semana do mês, a expectativa é de que a tendência de recuperação observada se mantenha, impulsionada pela procura contínua por títulos no mercado secundário. Ainda assim, projecta-se que o ritmo de actividade continue relativamente contido, reflectindo a postura conservadora dos investidores diante das incertezas persistentes relacionadas aos atrasos no pagamento de cupões e à ausência de sinais concretos sobre a retoma dos leilões de emissão por parte do Tesouro Público.
Mercado de Acções (Equity Market)
O mercado accionista manteve uma performance activa durante a semana em análise, embora tenha registado uma desaceleração significativa. O volume transaccionado caiu 34% face à semana anterior, fixando-se em MZN 1,3 milhões — um sinal claro de retracção na actividade, ainda que suavizada por movimentações pontuais em alguns títulos.
A Companhia Moçambicana de Hidrocarbonetos (CMH) voltou a assumir a liderança, com MZN 0.77 milhões transaccionados, o que representa 76% do volume semanal, reafirmando-se como a principal referência do mês entre as empresas cotadas na Bolsa de Valores de Moçambique.
A Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB) também manteve destaque, com um volume de MZN 0.4 milhões, correspondente a 34% do total semanal, registando ainda um crescimento de 9% face à semana anterior.
Por outro lado, as demais empresas cotadas apresentaram volumes significativamente inferiores à média diária, revelando um ambiente de baixa dispersão e selectividade por parte dos investidores.
Variações de Preços:
Para esta semana, salvo a ocorrência de um evento fora das nossas previsões, a expectativa é de manutenção do contexto do volume, mantendo-se os indicadores constantes.