Terça-feira, Julho 15, 2025
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Moçambique avança para se tornar hub energético regional com refinaria de 240 000 bpd

Moçambique dá um passo decisivo na sua estratégia de autonomia energética e industrialização ao assinar, em Maputo, um contrato EPC para a construção de uma refinaria modular com capacidade de processamento de 240 000 barris por dia (bpd). A iniciativa, resultado de uma parceria entre a empresa nigeriana Aiteo US Corporation e a petrolífera estatal Petromoc, representa uma ambição clara de reduzir a importação de combustíveis refinados e posicionar o país como um fornecedor de referência na região da SADC.

O anúncio oficial foi feito durante a 11.ª edição da Mozambique Mining and Energy Conference (MMEC), presidida pelo Presidente Daniel Chapo, que sancionou o início das obras. O contrato com a empresa norte-americana Deerfield Energy Services LLC visa uma abordagem modular, iniciando com uma linha de fabrico de 80 000 bpd, com expansão programada para atingir os 240 000 bpd em fase seguinte.

Impacto económico e posicionamento estratégico

O novo empreendimento está alinhado com o plano nacional para reforço da capacidade energética interna, industrialização e geração de emprego, especialmente para jovens.

O projecto deverá incluir infraestruturas de armazenamento para 160 000 toneladas de combustíveis líquidos e 24 000 toneladas de gás liquefeito de petróleo (GPL), com conclusão da primeira fase prevista em 24 meses, ou seja, até meados de 2027.

Vê-se além das refinarias

A iniciativa integra um pacote mais vasto de investimentos no sector energético: um memorando de entendimento paralelo antecipa a construção de um oleoduto de 1.400 km ligando o Porto da Beira a Ndola, na Zâmbia, e projecta o sector do gás natural, com destaque à segunda fase do Coral Norte FLNG e à retoma do projecto de LNG em Afungi, em parceria com a TotalEnergies e a ExxonMobil.

  • Criação de uma refinaria modular de 240 000 bpd, em parceria Aiteo–Petromoc, com o apoio da EPC Deerfield.
  • Estratégia faseada: 80 000 bpd na primeira fase, expansão até 240 000 bpd.
  • Ampliação de armazenamento para combustíveis e GPL.
  • Reforço industrial, económico e laboral para Moçambique e região SADC.
  • Integração a um ecossistema energético mais amplo, incluindo oleoduto regional e projetos de LNG.

Este projecto simboliza uma viragem estratégica para Moçambique, que busca não apenas garantir segurança energética nacional, mas também afirmar-se como hub regional no mercado de combustíveis refinados e gás natural.

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