Sábado, Fevereiro 22, 2025
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Moçambique planeia usar reservatórios de gás para combater alterações climáticas

Moçambique está adoptando uma abordagem inovadora para combater as mudanças climáticas, utilizando seus reservatórios de gás natural liquefeito (GNL) para a captura de dióxido de carbono (CO₂). A medida faz parte do Plano Nacional de Ordenamento do Espaço Marítimo (POEM), que foi elaborado em 2021 e aprovado no final de 2024. O objectivo do plano é integrar a exploração de gás com projectos ambientais sustentáveis, contribuindo para a redução das emissões de CO₂, um dos principais gases de efeito estufa.

A proposta de utilizar as reservas de gás para captura de carbono visa não apenas mitigar os impactos ambientais da indústria de GNL, mas também proporcionar um avanço na luta contra o aquecimento global. A captura de CO₂ é vista como uma solução estratégica para reduzir a quantidade de dióxido de carbono na atmosfera, ajudando no combate às alterações climáticas.

Exploração de gás e potencial económico

Moçambique possui vastas reservas de GNL, sendo exploradas por grandes multinacionais como a TotalEnergies, ExxonMobil e Eni. Estima-se que as reservas do País possam gerar receitas de até 100 bilhões de dólares, com Moçambique podendo tornar-se um dos dez maiores produtores mundiais de GNL até 2040, representando 20% da produção africana, segundo um estudo da consultoria Deloitte, de 2024.

O POEM também destaca a importância de estabelecer um quadro legislativo e administrativo robusto para a exploração de hidrocarbonetos, de modo a minimizar os impactos ambientais e os conflitos com outras actividades locais, como a pesca e o turismo. Além disso, o plano propõe medidas para reduzir os efeitos ecológicos das infra-estruturas industriais e urbanas nas zonas costeiras.

Recursos marítimos e preservação ambiental

Com uma costa de 2.700 km e uma vasta área marítima de 572 mil km², Moçambique possui um dos mais valiosos patrimónios naturais da África. O país abriga mangais, recifes de coral e estuários, além de áreas de conservação de 4.600 km², que enfrentam desafios como sobrepesca, poluição e mudanças climáticas. O POEM prevê a preservação desses recursos naturais e a promoção do turismo sustentável, como o mergulho em naufrágios e a exploração de sítios arqueológicos subaquáticos, especialmente na Ilha de Moçambique, na região Norte.

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O plano também enfatiza a importância de proteger o património cultural subaquático do país, que inclui mais de 300 navios naufragados ao largo da costa moçambicana. Para isso, a ratificação da Convenção da UNESCO sobre a Protecção do Património Cultural Subaquático é uma das prioridades.

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