Mais de 10 mil pessoas provenientes de 23 países do mundo, com destaque para a região Sul de África, deliciaram-se da “sobremesa” servida pelo ícone da música moçambicana, Wazimbo a quem coube representar o país no Luju Standardbank Festival – uma das maiores festas de gastronomia, música e moda da região Sul do continente.
A “sobremesa” de frutas silvestres (mavungua e mapsicha) que retrata o drama da convivência conjugal ecoou como um sino de prenúncio da manifestação cultural de Moçambique e o público vibrava, alguns pedindo tradução da letra da música para o inglês aos poucos moçambicanos que cantavam com o artista, a partir da plateia, outros ainda, tentavam reboliçar ao compasso canónico da marrabenta.
Wazimbo não mediu esforços, agarrou no microfone e interpretou “Parabéns” ao seu ritmo nostálgico de brandar os céus, firmes no além pelas montanhas reais, ofuscadas pelo matizado colorido de luzes sobre o House on Fire, localizado no coração da cidade de Malkerns.
Era uma espécie de aperitivo antes de servir “Mwahulwana” e a fechar com “Marozana” – uma ordem para a dispersão do público em busca da última bebida, conforme convém ao pé da letra da faixa musical.
Foram dois dias de diversificadas iguarias, moda futurista e música afrocentrista. Rostos e cabelos pintados, roupas que inspiram novas formas de ver a beleza e a sensibilidade das coisas humanas, som, risos, abraços, beijos, fumos e fumaças. Há quem se refastelava no banco, outros dançavam no relvado, é vida, é África, é futuro, é festa.
A ousadia e criatividade na moda ditavam uma fusão das culturas da região Sul de África com destaque para Moçambique, África do Sul, Lesoto, Zimbabwe, Namíbia, Zâmbia e outros de terras distantes como as Ilhas Falklands, Omã, Turquia, Canadá, Europa e Estados Unidos da América.
Na edição deste ano, o Luju Standard Bank Festival apresentou um catálogo com um total de 177 artistas provenientes de Eswatini, África do Sul, Moçambique, Botswana, Lesoto e Zimbabwe, que tiveram as suas actuações no palco principal Luju, no palco Mastercard, no palco Buzz e no Stella Artois Beer Garden Stage.
De acordo com as estatísticas do evento, o artista moçambicano Wabimbo, Simphiwe Dana, da África do Sul e o conjunto musical Sisonkhe Kollectiv de Eswatini tiveram as actuações mais envolventes da festa.
Entre as actuações mais memoráveis está Sjava, Majozi e Kelvin Momo da África do Sul, assim como Young Zesh de Eswatini, Louis Mhlanga do Zimbabwe, Black Heidi da África do Sul e grupo sul-africano The Soil.
Enquanto isso, o DJ Mbo de Eswatini e Dlala Tukuzini da África do Sul serviram as misturas mais vibrantes do festival, durante as suas actuações, quase todas as cerca de 10 mil pessoas estiveram a vibrar junto ao palco principal.
- PME’s geram 2,5 milhões de rands em Receitas
As Pequenas e Médias Empresas (PMEs) que estiveram no local a oferecer seus produtos e serviços geraram cerca de 2,5 milhões de Rands contra 2 milhões registados em 2023, um crescimento em meio milhão de receitas.
O evento contou com um total de 91 vendedores, 90% dos quais provenientes do Reino de Eswatini, e os demais da África do Sul, Lesoto, Zâmbia e Moçambique.
O mandato do Standard Bank Luju Food & Lifestyle Festival de desenvolver a economia criativa, promover a sustentabilidade e apoiar o crescimento de pequenos negócios foi expresso no inaugural Food Indaba e Fashion Indaba.
Este programa, que consiste em dois dias de workshops para o desenvolvimento de capacidade, discussões em painéis esclarecedores, masterclasses e compartilhamento de conhecimento com especialistas em gastronomia e moda de Eswatini e de toda a região sul-africana ocorreu nos dois dias que antecederam o festival.