Sábado, Abril 27, 2024
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Oxford Economics prevê subida das taxas de juro este ano

A consultora Oxford Economics África disse que o banco central de Moçambique iria este ano aumentar a taxa de juro chave para 14%, mais 75 pontos percentuais, devido às condições globais de crédito e ao aumento da inflação.

“Dado que aumentamos recentemente a nossa previsão de inflação em Moçambique de 5,4% para 7,3%, e considerando a esperada política monetária mais restritiva este ano, antecipamos que o banco central de Moçambique aumentará a taxa de juro de referência em 75 pontos, para 14%, em 2022”, diz o comentário da consultora sobre a política monetária moçambicana.

Na semana passada, o Comité de Política Monetária (CPMO) do Banco de Moçambique decidiu manter a taxa de juro da política monetária (taxa MIMO) em 13,25%.

“Esta decisão é apoiada pela ligeira melhoria das perspectivas de inflação interna a curto e médio prazo, apesar do agravamento dos riscos e incertezas”, diz o banco central num comunicado, apresentando como principais riscos a pressão fiscal, os choques climáticos no país e o aumento dos preços do petróleo e dos alimentos no mercado internacional.

“O banco central manteve uma taxa de juro excepcionalmente elevada para equilibrar os elevados riscos para a inflação e o ambiente de investimento sombrio”, escreve a Oxford Economics na nota enviada aos clientes, a que a Lusa teve acesso.

O Banco de Moçambique prevê “uma menor aceleração da inflação”, um reflexo da “estabilidade do metical, apesar das perspectivas de subida dos preços dos alimentos e do petróleo no mercado internacional”, diz a nota do banco, que vem depois do Instituto Nacional de Estatística ter registado uma inflação de 6,7% no ano passado.

“As perspectivas de melhoria da actividade económica em 2022 são também mantidas”, graças “ao relaxamento das medidas para conter a propagação do Covid-19, à execução de projectos de gás natural na bacia do Rovuma e à maior dinâmica do sector externo”.

Tal como em comunicados anteriores, o banco central alerta para a necessidade de “reformas estruturantes na economia” e afirma que “a dívida pública interna aumentou”.

Em Dezembro de 2021, a dívida pública interna, excluindo os contratos de empréstimo e de arrendamento e os pagamentos em atraso, “aumentou em 2,4 mil milhões para 220,6 mil milhões de meticais”, cerca de 3 mil milhões de euros.

A próxima reunião ordinária da CPMO está agendada para 30 de Março.

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