O chefe de Estado, Filipe Nyusi, inaugurou o Aeroporto de Chongoene, infraestrutura orçada em 75 milhões de dólares que é a primeira na província de Gaza.
“O empreendimento é uma infraestrutura construída de raiz para atender e dinamizar o desenvolvimento da província de Gaza, cuja construção foi financiada por fundos desembolsados no âmbito da cooperação com a República Popular da China”, indica a Presidência moçambicana, numa nota à comunicação social.
As obras de construção do aeroporto foram lançadas em 2018 e resultam de um financiamento disponibilizado pelo banco chinês Exim Bank, segundo dados avançados pela Presidência naquele ano.
A infraestrutura, que abrange uma área de cerca de 140 hectares, é a primeira na província de Gaza e está localizada num distrito que fica a 233 quilómetros da capital moçambicana (Maputo).
“Com a inauguração do referido aeroporto, a província de Gaza passa a contar com uma infraestrutura dimensionada para receber cerca de 220 mil passageiros por ano, para além de manuseamento de carga diversa”, acrescenta a nota.
O aeroporto levantou polémica durante a fase de construção, na medida em que a infraestrutura foi construída num espaço que albergava cemitérios familiares e campos agrícolas da comunidade local.
A comissão criada localmente pelo Governo, que integrava uma médica legista e uma funcionária da Direção Provincial de Assistência Social de Gaza, exumou e mutilou vários corpos com recurso a catanas, serrotes e pás, de forma que pudessem caber nos pequenos caixões adquiridos pelas autoridades, alegando que não havia fundos para compra de novas urnas, segundo denúncias da organização não-governamental (ONG) Centro Terra Viva.
Além das denúncias de uma exumação “indigna” na transferência dos cemitérios familiares que estavam no local, segundo a ONG moçambicana, vários proprietários dos campos agrícolas reclamaram que faltavam compensações prometidas aos proprietários dos campos agrícolas que estavam no espaço atualmente ocupado com o aeroporto.