A taxa de juro de referência (‘prime rate’) para as operações de crédito em Moçambique vai baixar em Janeiro para 23,50%, após seis meses consecutivos em máximos de 24,10%, anunciou a Associação Moçambicana de Bancos (AMB).
No quadro da implementação do Acordo sobre o Indexante Único do Sistema Bancário Moçambicano, a Associação Moçambicana de Bancos (AMB) comunica o Indexante Único, o Prémio de Custo e a Prime Rate a vigorar no mês de Janeiro de 2024.
O crédito teve os seus máximos em cerca de 37.89pp, tendo registado maior concentração e alocação do volume total, os sectores de Comércio Geral (Cerca de 10.5pp), Comunicação de transportes (Cerca de 10.2pp) e Indústria transformadora (Cerca de 10.1pp).
Desde 2018 que a ‘prime rate’ estava em queda, até ao mínimo de 15,5% em Fevereiro de 2021, quando a tendência se inverteu e a taxa começou a subir até atingir 23,50% em Abril, e depois 24,10% em Julho, que se manteve em todos os meses seguintes.
Em Janeiro de 2024 a taxa regressa, assim, aos valores de Abril último.
Os aumentos da ‘prime rate’ têm estado associados à subida da taxa de juro de política monetária (taxa MIMO, que influencia a fórmula de cálculo da ‘prime rate’) pelo Banco de Moçambique (BdM), por forma que controle a inflação.
Nesse mesmo sentido, o banco central moçambicano manteve anteriormente a taxa MIMO em 17,25%, o mesmo acontecendo com as reservas obrigatórias exigidas aos bancos comerciais.
A criação da ‘prime rate’ foi acordada em 2017 entre o BdM e a AMB para eliminar a proliferação de taxas de referência no custo do dinheiro. Na altura, foi lançada com um valor de 27,75%.
O objectivo é que todas as operações de crédito sejam baseadas numa taxa única, “acrescida de uma margem (‘spread’), que será adicionada ou subtraída à ‘prime rate’ mediante a análise de risco” de cada contrato, explicaram os promotores.