O Governador do Banco de Moçambique, Rogério Zandamela, disse na quarta-feira que as reservas estrangeiras do país continuavam confortáveis, e suficientes para cobrir mais seis meses de importações.
Falando na cerimónia de abertura de uma reunião do Conselho Consultivo do Banco Central, na cidade do norte de Nampula, Zandamela disse que o reforço do cumprimento da lei cambial, com ênfase na inspecção in loco dos bancos comerciais e outras instituições de crédito, reforçou a posição externa do país.
“As medidas postas em prática permitiram-nos alcançar o nosso grande objectivo que consiste na estabilidade dos preços e assistimos a uma estabilidade do metical em relação ao dólar americano”, declarou Zandamela na reunião de três dias.
O governador do banco central acrescentou que as reservas internacionais aumentaram graças à recente concessão, pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), de direitos de saque especiais equivalentes a 308 milhões de dólares.
Dados os resultados positivos alcançados, o banco central decidiu reduzir o coeficiente de reserva obrigatória em moeda estrangeira, que é a quantidade de dinheiro que os bancos comerciais devem depositar junto do Banco de Moçambique.
Em Setembro, o coeficiente para moeda local caiu de 11,5 para 10,5 por cento, mas para moeda estrangeira o corte foi muito mais acentuado, de 34,5 por cento para 11,5 por cento. Este movimento, disse o banco na altura, “procura tornar mais liquidez disponível para a economia”.
“A redução do rácio de reservas exigido permitiu ao país acrescentar 500 milhões de dólares ao sistema financeiro, o que contribuirá para a recuperação económica do país”, anunciou Zandamela.
Apontou também a melhoria da procura mundial a partir do terceiro trimestre do ano, na sequência de uma reabertura gradual das economias mundiais, impulsionada pelo levantamento das medidas restritivas da Covid-19.
O Produto Interno Bruto Moçambicano registou um crescimento anual de dois por cento, no segundo trimestre do ano, disse Zandamela. Mas o crescimento no mesmo período em 2020 tinha sido de 3,5 por cento.