As Instituições de Moeda Electrónica (IME) de Moçambique, que operam mediante telemóveis, registaram um aumento recorde no número de transferências em 2023, atingindo mais de 400 milhões de operações, de acordo com dados do Banco de Moçambique (BdM).
Segundo um relatório estatístico do Banco de Moçambique com dados de Janeiro a Outubro, as IME registaram 401,1 milhões de transferências no período mencionado, comparado a 338,5 milhões em 2022 e 324,1 milhões em 2021. Isso representou uma movimentação de mais de 340,2 mil milhões de meticais.
O relatório também revelou um aumento significativo no número de contas IME. Em 2021, Moçambique tinha 11,4 milhões de contas IME, número que subiu para 11,9 milhões em 2022 e disparou para 16,6 milhões até Outubro de 2023. Em contraste, os bancos possuíam cerca de 5,5 milhões de contas no mesmo período.
Actualmente, o país conta com três Instituições de Moeda Electrónica, operadas pelas três principais operadoras de telecomunicações móveis, oferecendo serviços financeiros através de telemóveis, incluindo transferências de dinheiro entre clientes e pagamento de serviços. Essa solução tem facilitado e popularizado o acesso da população a serviços financeiros, utilizando apenas o telemóvel.
Enquanto os serviços financeiros via telemóvel continuam a crescer em Moçambique, o governo está planeando reformas na política fiscal para aumentar a arrecadação de receitas. Uma das medidas propostas é a tributação das comissões das IME.
A Carteira Móvel mKesh, da operadora estatal Tmcel, foi a primeira a ser lançada em Moçambique, em 2012, seguida pelo M-Pesa, da Vodacom, em 2013, e, em 2014, pelo e-Mola, da Movitel.