Uma empresa de segurança apoiada pelo partido no poder no Ruanda foi contratada para proteger o projecto de gás da TotalEnergies em Moçambique. A medida vem três anos após o exército ruandês ajudar a suprimir a insurgência islâmica na região, informou a TotalEnergies nesta Quarta-feira, 17 de Julho.
De acordo com o Financial Times, que cita uma fonte anónima da petrolífera, trata-se da Isco Segurança – uma joint venture entre a Isco Global Limited do Ruanda e uma empresa local moçambicana. A Isco está fornecendo serviços de segurança desarmada no desenvolvimento do projeto de gás natural liquefeito (GNL) de 1,2 bilhões de meticais (20 bilhões de dólares) na província de Cabo Delgado.
O projecto foi suspenso em 2021 após um ataque de insurgentes à cidade vizinha de Palma, que resultou na morte de dezenas de pessoas, incluindo contratantes estrangeiros. Em resposta, o Ruanda enviou mais de quatro mil tropas para garantir a segurança da região, com o apoio de um acordo entre os presidentes de Moçambique, Filipe Nyusi, e do Ruanda, Paul Kagame.
Desde então, as tropas ruandesas têm ajudado a restaurar a segurança na região. No entanto, os custos desse destacamento – estimados em centenas de milhões de dólares – não foram revelados.
Nos últimos anos, o Ruanda tem desempenhado um papel significativo no continente, enviando soldados para outros países africanos em missões de paz e acordos bilaterais, como em Moçambique e na República Centro-Africana. Contudo, a presença de empresas ruandesas seguindo o exército para esses países tem gerado críticas, sugerindo que os destacamentos militares servem para avançar interesses económicos ruandeses.