Home Análise de Mercado Veja como as variações nas commodities impactaram a economia

Veja como as variações nas commodities impactaram a economia

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O Banco Comercial e de Investimentos (BCI) divulgou o relatório do mercado de commodities para Maio de 2024. Este estudo, revela tendências importantes nas cotações de energia, metais e alimentos, destacando as variações de preços e as perspectivas globais para essas commodities. A análise oferece uma visão abrangente das dinâmicas do mercado, essencial para entender os impactos económicos e as oportunidades para Moçambique. Confira a seguir as principais  previsões deste relatório.

Energia e metais: Variações de preços

  • Gás natural
    O gás natural dos EUA registou uma apreciação significativa de 33,49%, alcançando USD 2,13 por MMBtu. Este aumento é atribuído às perspectivas de diminuição da oferta. A U.S. Energy Information Administration (EIA) prevê uma queda de 1% na produção de gás natural comercializado nos EUA este ano, devido à redução das actividades de perfuração. Em contrapartida, o preço médio do gás natural na Europa subiu 11,42% para USD 10,12 por MMBtu, reflectindo os receios quanto às restrições no abastecimento decorrentes dos conflitos geopolíticos no Oriente Médio e na Europa.
  • Metais
    Os preços dos metais apresentaram uma subida de 5,5% em Maio, com destaque para o alumínio, que subiu 12,58%. As perspectivas de redução da oferta pelos principais produtores, como a mineradora Rio Tinto, impulsionaram essa alta. A empresa reduziu as exportações de alumínio devido à escassez de gás natural, exacerbando os receios em torno da oferta.

Commodities associadas a grandes projectos

  • Carvão mineral
    O preço médio do carvão mineral aumentou 5,22%, situando-se em USD 142,01 por tonelada métrica. A demanda crescente nos EUA, devido à revisão da previsão de consumo de electricidade pela EIA, e o aumento das importações de carvão pela China contribuíram para essa alta. Na Índia, a utilização de carvão para geração de electricidade aumentou significativamente no primeiro trimestre de 2024, devido ao crescimento económico e às elevadas temperaturas.
  • Petróleo
    Contrariamente, o preço médio do petróleo diminuiu, penalizado pelas expectativas de incremento da oferta global. A EIA prevê um aumento na produção global de petróleo e outros combustíveis líquidos em cerca de 1,0 milhão de barris por dia em 2024, compensando a redução prevista pela OPEP+.

Commodities de importação

  • Açúcar
    O preço médio do açúcar caiu 7,56%, devido às expectativas de aumento da oferta pelos principais produtores, como Brasil, Índia e Tailândia. A União Nacional da Bioenergia no Brasil relatou um aumento esperado na produção global de açúcar para a campanha 2024/2025.
  • Algodão
    O algodão também apresentou uma depreciação de 4,21%, com o preço médio situando-se em USD 1,91 por quilograma. As previsões do USDA indicaram um aumento na produção mundial, impulsionado por uma colheita maior na Índia e condições climáticas favoráveis nos EUA e Austrália.

Alimentos: incrementos moderados

  • Trigo
    O preço médio do trigo apreciou em 6,29%, atingindo USD 289,42 por tonelada métrica, impulsionado pelas previsões de redução da oferta. De acordo com o USDA, as perspectivas globais para a campanha 2024/2025 apontam para uma diminuição de 2,2 milhões de toneladas na oferta, resultando em um total de cerca de 1,05 mil milhões de toneladas. Esta redução é atribuída às menores reservas na China e na Rússia. A demanda global por trigo, por outro lado, deve aumentar em 2,0 milhões de toneladas, atingindo um máximo de 802,4 milhões, impulsionada por uma maior procura para fins alimentares, de plantio e industriais. No Brasil, as inundações registadas no Estado do Rio Grande do Sul também contribuíram para as perspectivas de diminuição da produção.
  • Arroz
    A cotação média do arroz aumentou em 6,08%, chegando a USD 628,00 por tonelada, devido às previsões de aumento do consumo global. Segundo o USDA, o consumo global para a campanha 2024/2025 deve atingir um máximo de 526,4 milhões de toneladas, principalmente por conta da maior demanda de países como Índia, Filipinas, Indonésia e Bangladesh, que deve compensar a redução na China. A Índia é esperada continuar como o maior exportador mundial, com 18,0 milhões de toneladas, um aumento de 2,0 milhões em relação à campanha 2023/2024, mas abaixo dos 22,0 milhões de toneladas registados na campanha 2021/2022 devido às restrições de exportação.

Perspectivas

O Banco de Moçambique prevê a estabilidade do preço do Brent e dos alimentos no médio prazo, alinhado com as expectativas de uma demanda global fraca, condicionada pelos actuais níveis de restritividade nas condições monetárias e pelos conflitos geopolíticos persistentes no Oriente Médio e na Europa. Essa perspectiva sugere um cenário de cautela para os próximos meses, com a necessidade de monitoramento constante das variações no mercado global de commodities.

Veja o estudo completo em: Relatório de mercados de commodities- BCI.

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