Sexta-feira, Maio 3, 2024
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Clávio Macuácua: “A Logística pode ser o futuro de Moçambique”

Nas próximas linhas, o Director Comercial da Agility faz uma análise minuciosa da actividade portuária em Moçambique.

“Sou da opinião que a logística pode ser o futuro de Moçambique, pela localização geográfica e todos os meios de que dispomos. Moçambique está próximo a um dos maiores portos, não só da região, mas também do continente africano, o Porto de Durban, África do Sul, um porto que  por si é congestionado por abastecer vários pontos ao nível da região”,  concluiu.

Para Clávio, o sector portuário em Moçambique tem altas potencialidades, porém o maior “calcanhar de aquiles”, continuam a ser as taxas portuárias. “Há um trabalho de base que tem que ser feito pelo Governo, stakeholders e todos os players envolvidos de modo a tornarmo-nos mais competitivos e, consequentemente, atractivos do que o porto de Durban”, rematando que  o custo-benefício é o ponto principal da tomada de decisão de qualquer importador ou comerciante.

Clávio apontou um crescimento de 9.5 para 14.5 metros de profundidade no Porto de Maputo, um número que a seu ver, atrai navios designados panamax, defendendo ainda que o Porto de Maputo devia concentrar-se mais no manuseio de cargas contentorizadas em detrimento de cargas a granel.

O Director Comercial da Agility justifica o seu posicionamento afirmando que notou-se uma subida de 75000 para 100000 TEU’s por ano, sendo esta uma grande subida em termos de manuseamento.

Nesta ordem de ideias, Macuácua congratulou as alfândegas pelas melhorias no transit time das importações e das cargas em trânsito, revelando que as mercadorias já não levam uma semana como se assistia há três anos, passando neste momento para 24 à 48 horas para a efectivação do desembaraço.

 O Porto da Beira é o coração da África Austral

“Costumo dizer que o Porto da Beira é o coração da África Austral, mas este tem grandes problemas waiting time. Se formos a reparar, este porto manuseou em média  250.000 TEU´s só de importação, ou seja, manuseou mais contentores que Maputo, Nacala e Quelimane juntos”, comparou.

Porém, por causa do preço, Clávio Macuácua disse que os importadores preferem subir para o Porto de Dar es Salaam, em vez da Beira.

Já sobre o Porto de Nacala, Macuácua não duvida que seja um dos maiores corredores do mudo em termos de profundidade, não obstante estar ser pouco explorado, beneficiando a Vale que recebe navios de grande porte.

“Não estamos a fazer um grande uso da infraestrutura. São aspectos que colocariam o país mais exposto e bem colocado no ranking da logística mundial”, disse.

Agility – Soluções de armazenagem e logística

Clávio Macuácua considera que a empresa acredita que as soluções ligadas à logística estejam fora do porto e não no seu interior, sendo o papel deste apenas fazer o manuseamento de carga.

“Olhamos o nosso parque como uma solução de armazenagem, fora do porto e é onde deverá acontecer a logística. Veja que nós estamos situadas a 90 quilômetros de Ressano Garcia e existe necessidade de termos armazéns do padrão que temos”, descreveu.

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