Miguel Jóia, membro fundador da Associação de Conteúdo Local de Moçambique – ACLM, também Consultor Financeiro e de Seguros, participou activamente da 2ª edição da Conferências Índico, onde compartilhou insights sobre o cenário actual do mercado de seguros em Moçambique. Organizado pela Revista Índico, o tema central do evento esteve voltado ao “Mercado de Seguros em Moçambique: Acertar o passo dos Mega-Projectos”, uma plataforma valiosa que permitiu um espaço de reflexão sobre o sector.
Durante suas observações, Jóia destacou a necessidade de uma abordagem estratégica para envolver as seguradoras nos megaprojectos do país. Por sua vez, sublinha que, além das soluções existentes para esses grandes empreendimentos, há uma lacuna significativa no apoio às Pequenas e Médias Empresas (PMEs).
O consultor ressaltou que as seguradoras nacionais têm desempenhado um papel crucial nos megaprojectos, mas a falta de proximidade e compreensão das PMEs sobre os benefícios dos seguros representa um desafio. Num outro enfoque, destaca a importância da educação financeira e capacitação para aumentar a literacia em seguros entre os empresários locais.
Jóia também abordou a questão da capacidade financeira das empresas moçambicanas para fornecerem projectos de petróleo e gás, indicando que o sector privado e o governo devem colaborar mais para capacitar os empresários sobre os instrumentos disponíveis.
“Assim como os bancos que têm uma plataforma muito mais próxima dos clientes, e as seguradoras infelizmente não têm, penso que tem de haver cada vez mais confluência entre o sector privado, governo e associações empresariais, em capacitar estes empresários para que saibam quais são os instrumentos que eles têm ao seu dispor. E que infelizmente, muitas vezes, há seguradoras que nem têm esses instrumentos.
O empresário infelizmente não tem uma literacia financeira muito avançada, muito mais de seguros, e eu quero acreditar que as seguradoras fazem muito pouco ao nível de capacidade”, explicou.
O consultor concluiu sua participação destacando a necessidade de uma abordagem colaborativa entre os diferentes sectores, promovendo a confluência de esforços para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades quando os megaprojectos forem reiniciados.
O evento que contou com abertura do secretário-permanente do Ministério dos Transportes e Comunicações, Ambrósio Adolfo Sitoe, teve no leque oradores de instituições que se movem entre os players do mercado e pesquisadores da indústria. Contam-se instituições como a EMOSE, Sanlam, Instituto de Supervisão de Seguros de Moçambique, BCI, Centro de Integridade Pública e Associação Industrial de Moçambique, num debate que foi antecedido pela intervenção de Ragendra de Sousa, antigo Ministro da Indústria e Comércio.