Terça-feira, Dezembro 17, 2024
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A inflação em Moçambique poderá atingir 5,4% em 2025

A consultora Oxford Economics prevê que a inflação em Moçambique suba de 3,1% este ano para 5,4% em 2025, impulsionada por fenómenos climáticos e pela violência pós-eleitoral no país.

A consultora britânica Oxford Economics estima que a inflação em Moçambique deverá aumentar de 3,1% este ano para 5,4% em 2025 , impulsionada por factores como os fenómenos climáticos, nomeadamente o El Niño, e os impactos da violência pós-eleitoral.

Recente, a consultora destacou que “a inflação provavelmente enfrentará pressões ascendentes em 2025 devido aos efeitos adversos do El Niño recente, constrangimentos nas cadeias de fornecimento e distribuição, devido às perturbações a seguir às eleições, e um aumento das despesas de capital”.

Dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) revelam que os preços em Moçambique registaram uma subida de 0,72% em novembro face ao mês anterior, marcando uma inflação homóloga de 2,84%. Este valor representa um aumento face aos 2,68% de outubro e aos 2,45% de setembro, consolidando uma tendência de queda mensal que sucede a quatro meses de deflação entre maio e agosto.

No início de Dezembro, o Banco de Moçambique alertou para a possibilidade de os preços continuarem a aumentar devido às consequências da tensão pós-eleitoral, conforme sublinhado no Relatório de Conjuntura Económica e Perspetivas de Inflação (CEPI). Apesar de a inflação ter se mantido estável em outubro, a instituição prevê uma tração no final de 2024, devido às restrições no abastecimento de bens e serviços resultantes das disputas eleitorais.

Eleições tensas e protestos

As perguntas têm origem nos resultados das eleições gerais de 9 de outubro, que atribuíram a vitória a Daniel Chapo, da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), com 70,67% dos votos. No entanto, o principal opositor, Venâncio Mondlane, que obteve 20,32%, não confirmou os resultados e convocou protestos populares.

Desde 21 de Outubro, as manifestações têm perturbado as atividades económicas no país, incluindo fronteira principal com a África do Sul, em Ressano Garcia. O governador do Banco de Moçambique admitiu que “as projeções já vêm a incorporar esses riscos e incertezas”, sublinhando o impacto direto das tensões no mercado e na inflação.

Com o aumento das despesas públicas e as limitações no abastecimento, as perspectivas econômicas para Moçambique permanecem propostas, com pressões adicionais que podem dificultar a estabilidade financeira e social do país.

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