Sábado, Fevereiro 15, 2025
spot_img

A SIR Motors está preparada para reanimar COMETAL

Moçambique vai voltar a produzir vagões de comboio. A empresa responsável pela produção é a mesma que os fabricava, COMETAL, outrora o quinto maior fabricante do continente. O responsável pela reabilitação é o grupo Sir Motors, que comprou a empresa.

Na realidade, é o renascimento de uma indústria que já hasteou a bandeira de Moçambique através das fronteiras. Agora, sob a gestão e propriedade do grupo Sir Motors, a COMETAL inicia actividades dedicadas à construção de vários tipos de infra-estruturas feitas de contentores.

Por contentores, entendemos os contentores que normalmente chegam aos navios e que mais tarde se tornam redundantes. Mas, COMETAL, o novo COMETAL, quer mudar isso, através da utilização do corte de ferro a laser, uma técnica de baixo custo.

O trabalho não pára, e agora, mais do que nunca, Moçambique precisa dele. Após os ataques em Cabo Delgado, muitas infra-estruturas foram destruídas, e COMETAL tem uma solução.

Nos estaleiros da empresa, é possível ver postos de polícia construídos através do manuseamento profissional das chapas de zinco e ferro dos contentores.

O director de projectos da COMETAL, Abdul Ussene, explicou que a ideia é reduzir os efeitos do terrorismo.

“Trata-se de um posto policial móvel, constituído por um balcão, um escritório, uma cela e um primeiro andar, que é um dormitório com seis ou sete beliches”, anuncia Ussene.

Mas, como os agentes da polícia dormem menos do que fazem patrulha, cada kit nesses contentores também tem algumas motorizadas para garantir a circulação nas comunidades.

Este não é o único projecto a ser desenvolvido pela COMETAL nesta primeira fase da sua renascença. Outros tipos de infra-estruturas são construídos a partir de contentores. Por exemplo, a COMETAL produziu um posto de saúde móvel com compartimentos necessários para assegurar os serviços básicos de saúde.

Um dos compartimentos, por exemplo, é uma clínica de clínica geral, onde os pacientes podem ser observados. Mas, se necessário, a secretária pode ser transformada numa maca. No exterior, existem outras unidades para ginecologia e pediatria.

Um ponto interessante é que os contentores são desmontáveis, o que facilita o seu transporte para as zonas mais distantes do país. Além disso, podem ser transformados em gabinetes de trabalho.

De facto, a COMETAL, nesta primeira fase, diz poder transformar os contentores em qualquer infra-estrutura necessária, com iluminação fornecida por painéis solares.

Mas esta é apenas a primeira fase, porque há mais planos na conduta.

“Teremos linhas de montagem para motociclos e motocultivadores, linhas de montagem para camiões de 40 toneladas, num futuro próximo. E mais tarde vem a linha de fabrico”, disse Michael Antunes, director-geral da empresa.

Tudo isto faz parte de um plano devidamente calendarizado, no qual se espera que a montagem de vagões esteja em curso até ao final de 2022. E, quando isso acontecer, a COMETAL espera que o seu cliente não seja apenas a empresa estatal Caminhos-de- Ferro de Moçambique, uma vez que está planeada para poder servir vários outros clientes de mercados fora de Moçambique.

A indústria metalúrgica necessita de investimentos

A revitalização da indústria metalúrgica foi tema de debate no programa STV O País Económico, onde Marco Correia, representando a Associação Industrial de Moçambique, e Adalberto Barradas, representando o próprio COMETAL, fizeram parte do painel.

Em termos gerais, os dois painéis disseram que, para que a indústria regressasse aos níveis anteriores, era necessário que o país investisse “sem saltar etapas”, como disse Marco Correia.

Correia referia-se ao investimento que deve ser feito por todos os intervenientes no sector – “investir em máquinas e na formação de mão-de-obra qualificada”, um ponto com o qual a COMETAL concorda, embora não inteiramente.

Adalberto Barradas, da COMETAL, diz que o país deve concentrar-se em investir em equipamento, porque “a mão-de-obra fornecida pelas instituições de formação moçambicanas é suficiente para as nossas necessidades”.

Quanto ao mercado, os dois entrevistados concordam que é necessário concentrar-se mais nas vendas internas, porque o país precisa deste equipamento, “mas a certificação deve estar no nosso investimento para que, sempre que quisermos, possamos competir em igualdade de condições a nível internacional”.

Noticias Relacionadas

Sector privado com ligeira recuperação em Janeiro

Contracções mensais consecutivas na produção, nas novas encomendas e...

Moçambique espera arrecadar 10,6 milhões com leilão dos barcos da Ematum

O Governo espera arrecadar 10,6 milhões de dólares com...

Tribunal Administrativo analisa a implementação do tribunal de contas

O Tribunal Administrativo (TA) está na fase final de...

O que está a moldar os mercados e negócios em Moçambique nos últimos 60 dias?

Nos últimos dois meses, o panorama económico de Moçambique...