Em meio aos crescentes desafios climáticos que assolam Moçambique, o país enfrenta a ameaça iminente de perder acesso a financiamento internacional caso não adopte urgentemente uma abordagem para tornar suas construções mais resilientes às alterações climáticas. O International Finance Corporation (IFC) apresentou na Terça-feira, 12 de Dezembro, o Building Resilience Index (BRI), apontando para a necessidade premente de promover a construção adaptável aos impactos das mudanças climáticas.
O Relatório de Avaliação do Mercado de Edifícios Resilientes de Moçambique, elaborado pelo IFC, destaca que, apesar da conscientização significativa dos riscos climáticos, o país ainda não implementou completamente seus robustos quadros políticos e legais para edifícios resilientes. Vasco Nunes, Director Interino do IFC em Moçambique, ressalta que a falta de implementação dessas medidas pode impactar directamente no acesso ao financiamento, considerando que o país ainda importa grande parte dos materiais de construção.
O sector de construção em Moçambique, conforme aponta o relatório, enfrenta desafios significativos, incluindo a dificuldade em acessar financiamento e a dependência de materiais importados. A falta de edifícios resilientes não apenas aumenta os riscos ambientais, mas também representa uma barreira ao desenvolvimento sustentável no país.
Os edifícios resilientes, concebidos para resistir e adaptar-se aos desafios ambientais, emergem como uma necessidade crítica em um país que figura entre os 10 mais frágeis do continente africano em termos climáticos. Com 90 ciclones registados de 1950 a 2022 e a ocorrência frequente de inundações, a urgência em adoptar práticas construtivas resilientes torna-se evidente.
O IFC destaca a importância do Building Resilience Index (BRI) ao mapear perigos e avaliar a resiliência, sendo Moçambique o primeiro país da África Subsariana a se beneficiar dessa iniciativa. O Quadro já actua em diversos países, incluindo as Filipinas, Vietnam, Colômbia e México, sendo uma ferramenta essencial para promotores, compradores de casas e demais partes interessadas.
Diante do cenário desafiador, Feliciano Dias da Ordem dos Engenheiros de Moçambique enfatiza que, ao seguir as regulamentações do país, é possível alcançar edifícios resilientes, ressaltando a importância de acções concretas para enfrentar os desafios climáticos e garantir um futuro sustentável para as construções moçambicanas.