O Ministro dos Recursos Minerais e Energia, Estêvão Pale, reuniu-se recentemente com uma missão do Banco Mundial com o objectivo de rever e aprofundar a cooperação no sector energético e alinhar estratégias de financiamento para projectos prioritários e estruturantes do Governo moçambicano nas áreas de geração, transporte e distribuição de electricidade.
A missão do Banco Mundial, chefiada por Erik Fernstrom, gestor da área de Energia para a África Oriental, reafirmou o compromisso da instituição em continuar a financiar e reforçar a carteira de projectos de geração e transporte de energia em Moçambique, com destaque para o ProEnergia e para o projecto Hidroeléctrico de Mphanda Nkuwa, incluindo a respectiva linha de transporte de energia de alta tensão, com vista a acelerar o alcance do objectivo de electrificação universal até 2030 e impulsionar a industrialização do país.
Através do projecto ASCENT (Transformação Acelerada do Acesso à Energia Sustentável e Limpa), uma das iniciativas prioritárias, está prevista a extensão do ProEnergia – Fase 3, com a disponibilização de cerca de 131 milhões de dólares norte-americanos, para acelerar o acesso sustentável à energia em zonas rurais e periurbanas, através de soluções tecnológicas limpas, energias renováveis e a criação de infra-estruturas resilientes.
Este financiamento permitirá a construção de cerca de 150.000 novas ligações eléctricas, bem como a construção de linhas de transporte de energia.
Moçambique está igualmente a preparar-se para aderir à Iniciativa Energy Compact, uma plataforma internacional que visa acelerar os investimentos em electrificação em países em desenvolvimento. Com esta iniciativa, o país poderá aumentar o número anual de novas ligações eléctricas das actuais cerca de 400.000 para aproximadamente 600.000, bem como melhorar o acesso à cozinha limpa, através do uso de fogões mais eficientes e de gás de petróleo liquefeito (GPL).
O Ministro Estêvão Pale salientou a importância da colaboração com o Banco Mundial, sublinhando que “estes compromissos reforçados, através dos referidos projectos, são essenciais para alavancar o sector energético, garantir o acesso a energia segura, limpa e, acima de tudo, acessível para os moçambicanos, pois é isto que impulsionará o desenvolvimento do país”.
Durante esta missão, o Banco Mundial avaliou positivamente o trabalho em curso no Projecto Hidroeléctrico de Mphanda Nkuwa e reiterou o seu compromisso em apoiar a estruturação das garantias de compra de energia pela EDM, bem como o financiamento da linha de transporte de energia de alta tensão, considerada essencial para a viabilidade e impacto regional do projecto. Esta linha de transporte será vital para levar a energia gerada aos principais centros de consumo nacional e para exportação, integrando a visão de longo prazo do Projecto de Corredores de Energia Verde (GECP) – Fase 2, uma iniciativa regional de integração energética e infra-estruturas verdes.
O Ministro Estêvão Pale agradeceu o apoio contínuo do Banco Mundial, sublinhando que “estes projectos estruturantes reforçam a posição de Moçambique como um hub energético regional e são essenciais para garantir um crescimento económico inclusivo e sustentável”.
A missão do Banco Mundial decorreu entre os dias 24 de Março e 14 de Abril, durante a qual foram realizadas diversas reuniões com instituições nacionais ligadas ao sector da electricidade.