Sábado, Abril 27, 2024
spot_img

Suspensão da Total traz perdas para Sector privado

O sector privado perdeu cerca de 148 milhões de dólares com a suspensão do Projecto Mozambique LNG, liderado pela Total. A acção ocorreu devido aos ataques ocorridos no mês de Março na vila de Palma, em Cabo Delgado. A informação foi dada pelo Presidente da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), Agostinho Vuma.

“De acordo com a avaliação feita, o volume total de perdas registadas para o sector empresarial é cerca de 148 milhões de dólares. Subsistem algumas incertezas devido ao
agravamento da segurança da província nortenha de Cabo Delgado”, disse Vuma, durante a quinta edição do Economic Briefing.

O Presidente da CTA que actualizou os prejuízos decorrentes do não pagamento de mercadorias encomendadas para alimentar o Projecto Mozambique LNG. Relatou que a estimativa do valor das mercadorias já adquiridas para o fornecimento ao projecto da Área 1 ascende a cerca de 28,50 milhões de USD, sendo que 12,79 milhões (correspondentes a 45%) estavam em stock e 15.72 milhões de USD em trânsito.

“Parte considerável destas mercadorias, sendo perecível, possui um prazo de vencimento da sua validade (exemplo, refrigerantes, legumes, carnes, etc.), o que vem exacerbar as perdas decorrentes desta situação. Em suma, de acordo com a avaliação feita, o volume total de perdas registadas pelo sector empresarial estima-se em cerca de 148.11 milhões de USD”, declarou.

Além de números, Vuma disse que os ataques terroristas do dia 24 de Março ao distrito de Palma, agudizaram o clima de insegurança, desconfiança e incertezas no ambiente económico, tanto para os investidores estrangeiros, como nacionais e, relativamente ao
ambiente de negócios, subsistem algumas incertezas devido ao agravamento da situação da segurança em Cabo Delgado.

De acordo com a avaliação feita, mais de 410 empresas foram afectadas, colocando em risco aproximadamente 56 mil postos de trabalho, directos e indirectos, devido à suspensão dos vários contratos de fornecimento de bens e serviços firmados entre a Total e as suas contratadas bem como entre estas e as suas subcontratadas.

Para mitigar esses efeitos, a CTA propõe, a curto prazo, a introdução de um plano de aquisição de mercadorias das empresas afectadas; adiamento do pagamento de encargos aduaneiros e Imposto sobre Valor Acrescentado para mercadorias em trânsito; medidas fiscais excepcionais para a província de Cabo Delgado; e redução das facturas de electricidade em 50% em toda a província de Cabo Delgado.

 

 

Entrevistas Relacionadas

Missão do FMI pretende avaliar a situação económica no país

O Fundo Monetário Internacional (FMI) realizará no próximo mês...

Sasol registou um aumento de 8% na produção de gás em Moçambique

A Sasol, empresa petroquímica com acções na bolsa de...

Moçambique e Angola propõem maior participação do sector privado para impulsionar relações económicas

Os Governos de Moçambique e Angola defenderam, nesta Terça-feira...

CTA procura expandir relação comercial com Portugal

A Confederação das Associações Económicas (CTA) expressou nesta o...