Sexta-feira, Abril 26, 2024
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Governo autoriza transmissão da participação da Mitsui para Vale

A empresa japonesa Mitsui, foi autorizada pelo governo moçambicano, a efectuar a venda da sua participação na mina de carvão de Moatize à empresa brasileira Vale, um processo que culminará com o “desinvestimento” do brasileiro na exploração de carvão em Tete, de acordo com um comunicado oficial.

“A transacção segue-se a um pedido feito pela Mitsui para vender a sua participação [15%] na estrutura accionista da mina de Moatize, passando a Vale a deter 100% do projecto de mineração”, lê-se numa nota do Ministério dos Recursos Minerais e Energia.

A transacção visa facilitar o “desinvestimento” da empresa brasileira na exploração de carvão em Tete, anunciado pela empresa em Janeiro, um processo que está a ser acompanhado pelo governo moçambicano.

“O processo de reestruturação da Vale deverá salvaguardar os empregos e direitos das comunidades onde a empresa opera, para além de assegurar o cumprimento contínuo das obrigações legais e contratos de bens e serviços”, sublinha a declaração, acrescentando que o governo irá supervisionar a selecção do próximo investidor.

O carvão é um dos principais produtos de exportação de Moçambique, e a Vale emprega cerca de 8.000 pessoas, das quais cerca de 3.000 são empregados directos e as restantes subcontratadas.

A Vale justifica a sua partida com o objectivo de ser neutra em carbono até 2050 e reduzir algumas das suas principais fontes de poluição de carbono até 2030.

A transacção com a Mitsui do Japão foi feita pelo preço simbólico de um dólar americano, mas todas as despesas e custos associados passam para a Vale – incluindo um saldo pendente de 2,5 mil milhões de dólares.

Actualmente, a empresa mineira brasileira tem uma capacidade instalada de 12 milhões de toneladas de carvão por ano em Moçambique, mas em 2018 produziu apenas 11,5 milhões de toneladas, e em 2019, apenas oito milhões.

O valor de 2020 deveria ter sido ainda mais baixo, devido à queda na procura de carvão causada pelo abrandamento da economia global face à pandemia de Covid-19.

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