O Fundo Monetário Internacional (FMI) realizará no próximo mês de Maio uma visita de assistência técnica a Moçambique para analisar os últimos desenvolvimentos macroeconómicos do país. A visita ocorre no contexto da quarta revisão do programa de Facilidade de Crédito Alargado (ECF) para Moçambique. Durante as reuniões, será discutida a possibilidade de mobilização de recursos para fortalecer a resiliência económica, especialmente na província de Cabo Delgado, afectada pelo terrorismo há mais de seis anos.
Em Janeiro, o FMI aprovou a terceira revisão do programa de financiamento para Moçambique, garantindo um “desembolso imediato” de 60,7 milhões de dólares para apoio orçamental. Com esta nova verba, os desembolsos totais ao país elevam-se para 273 milhões de dólares. O desempenho do programa tem sido satisfatório, com cinco dos oito indicadores de referência estruturais cumpridos no final de Dezembro de 2023 e três dos quatro critérios de desempenho quantitativos observados.
Prevê-se um crescimento económico de 5% em termos nacionais, impulsionado pelos projetos de gás natural liquefeito (GNL) num contexto de crescimento modesto não mineiro. As pressões inflacionárias diminuíram acentuadamente, mas subsistem riscos significativos, principalmente devido a acontecimentos climáticos adversos e à frágil situação de segurança.
O programa de assistência técnica visa apoiar a recuperação económica de Moçambique, reduzir a dívida pública e as vulnerabilidades de financiamento, promovendo um crescimento mais elevado e inclusivo por meio de reformas estruturais. Para este ano, prevê-se um crescimento económico modesto, com desafios significativos, mas com perspectivas positivas, especialmente com o reinício das obras em Cabo Delgado pela petrolífera TotalEnergies, o que terá um impacto positivo e significativo no crescimento, nas receitas fiscais e na conta corrente do país, após o início da produção e exportação de GNL.