Quinta-feira, Abril 25, 2024
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HCB explica-se sobre a gestão do crédito €225 milhões

Os valores “poderão ser desembolsados se a empresa precisar e julgar necessário durante a implementação do Capex Vital”, pacote de projectos de modernização.

A HCB “tem capacidade para se autofinanciar e realizar os investimentos, todavia, o recurso à combinação de capitais próprios e capitais alheios é recomendável e é uma boa prática de gestão”, acrescentou.

Pode haver vantagens em criar reservas com os capitais próprios “que podem ser usadas para alavancar a expansão da matriz energética através da participação na construção de mais centrais de produção de energia limpa”, exemplificou.

Os esclarecimentos prestados através da agencia noticiosa Lusa, que estamos a citar, surgem depois de o Centro para a Democracia e Desenvolvimento (CDD), ONG moçambicana, ter pedido ao Estado que dê informações sobre o “endividamento de 247 milhões de euros” da HCB e sobre como vão “afectar a situação financeira da empresa, os rendimentos do Estado e dos moçambicanos na qualidade de accionistas”.

Segundo a Lusa, a HCB esclareceu que se trata de 225 milhões de euros de crédito que poderá ou não ser utilizado, disponibilizado pelo Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) e pela Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD), e de 22 milhões de euros doados pela União Europeia (UE).

Os créditos mobilizados surgem como “segurança ou ‘backup’ e assentam na boa saúde financeira do empreendimento, pois inspira confiança às instituições financeiras que se aproximaram da HCB para conceder facilidades de crédito”, indicou em resposta a questões colocada pela Lusa.

“Os níveis de conformidade e diligência tanto do BAD como da AFD só permitem o financiamento a entidades que cumprem um conjunto de requisitos aceitáveis, sendo um dos quais a robustez financeira e a capacidade de gerar receitas para fazer o serviço da dívida”, destacou a HCB.

A HCB dá como exemplo um empréstimo de cerca de 700 milhões de dólares (643 milhões de euros) que suportou a reversão da hidroeléctrica de Portugal para o Estado moçambicano, em 27 de Novembro de 2007, e que foi pago “na totalidade e com muita antecedência”.

Face ao pedido do CDD, de divulgação dos acordos de financiamento, a HCB explica que há “cláusulas de confidencialidade”, habituais neste tipo de documentos empresariais, remetendo a justificação dos investimentos para as declarações que o presidente da empresa tem feito.

“A terceira fase da reabilitação da subestação do Songo e a segunda fase de reabilitação da central hidroeléctrica sul irão melhorar os níveis de performance e estender a vida útil” para mais de 25 anos, incrementando os 2075 MW de produção em mais 5%, anunciou Boavida Muhambe.

O CDD questionou ainda o ‘timing’ político das verbas anunciadas para a HCB, enquanto empresa detida maioritariamente pelo Estado, no início de um ciclo eleitoral.

Em resposta, segundo a Lusa, a hidroeléctrica afirma que “as decisões de gestão observam estritamente as normas da governação corporativa” de forma “transparente, responsável e criteriosa” seguindo o Código Comercial, o contrato de concessão e as melhores práticas internacionais.

“A HCB tem com o Estado moçambicano um contrato de concessão ao abrigo do qual paga pontualmente uma taxa de concessão de 10% das receitas ao tesouro”, concluiu.

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