Sábado, Setembro 7, 2024
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Moçambique avança com fábricas de carvão ecológico para sustentabilidade ambiental

Moçambique está a dar um passo significativo na preservação ambiental com o projecto para a construção de duas fábricas de carvão ecológico nas zonas Centro e Sul do país. Esta iniciativa, anunciada esta Terça-feira (22) pelo jornal Notícias, visa reduzir a pressão sobre os recursos florestais e diminuir o lixo urbano, especialmente nas grandes cidades.

A Universidade Eduardo Mondlane (UEM) e uma empresa moçambicana, com financiamento da Organização Internacional do Trabalho (OIT), planeiam implantar, a curto prazo, duas fábricas de combustível lenhoso. Estas fábricas serão localizadas em regiões estratégicas do país, com o objetivo de promover o uso sustentável dos recursos e oferecer uma alternativa ecológica ao carvão tradicional.

Actualmente, o consórcio está operando na fase-piloto com instalações de pequena dimensão na cidade de Maputo. Nestas instalações, são produzidos diariamente 500 briquetes, que atendem à demanda de carvão das panificadoras da capital. O investigador Adolfo Condo, da Faculdade de Engenharia da UEM, explicou que o projecto visa não apenas a produção de carvão vegetal em larga escala, mas também a disseminação de tecnologias de energias renováveis e o combate às alterações climáticas.

“Com o apoio financeiro e tecnológico da OIT, teremos uma fábrica no centro do país, escolhido devido à abundância de matéria-prima da serração de madeira, que tem sido até agora desperdiçada. No sul, especificamente na cidade de Maputo, haverá outro centro responsável por processar uma grande quantidade de lixo colectado pelo Conselho Municipal,” detalhou Condo.

O projecto não só pretende criar novas oportunidades de emprego, absorvendo mão-de-obra local, como também envolve estudantes de engenharia em estágios curriculares e pesquisas nas fábricas. “Os catadores serão responsáveis por abastecer as fábricas com diversos tipos de lixo, enquanto os estudantes terão a tarefa de melhorar e ajustar as fórmulas químicas para a produção do combustível,” acrescentou o investigador.

O briquete produzido será uma alternativa económica e de alto rendimento aos combustíveis lenhosos comuns, com custos de produção e comercialização reduzidos. Fabricado a partir de materiais reciclados, como palha de milho, casca de coco, serragem e bagaço de cana-de-açúcar, o briquete é descrito como 100% ecológico e amigo do ambiente.

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