Moçambique deve fazer uso dos seus recursos de gás consideráveis para dinamizar as indústrias locais, este foi o tema de destaque de Keith Webb, responsável pela área de Midstream e Infra-Estruturas no Rand Merchant Bank (RMB), empresa irmã do FNB Moçambique, na 8ª Conferência de Mineração, Petróleo e Gás e Energia de Moçambique.

Segundo Keith Webb, este é o momento certo de expandir o investimento no sector do gás e energia, em Moçambique.

“Estamos cientes de que o desenvolvimento dos jazigos de gás no norte de Moçambique requerem investimentos externos consideráveis que, por sua vez, dependem da formalização de contratos de exportação de Gás Natural Liquefeito (GNL) para a bancarização destes clientes”, diz Webb.

O investimento expectável de c. 100 mil milhões de dólares irá traduzir-se em melhorias significativas no desenvolvimento das infra-estruturas rodoviárias, portuárias, hidráulicas e eléctricas da região, que devem ser dinamizadas para benefício local.

“O Governo deverá, para o alcançar, avançar com o plano de desenvolvimento das infra-estruturas sociais e de capital humano e, ainda, alavancar o desenvolvimento industrial em curso na região. Ao mesmo tempo, a dinamização de indústrias secundárias, como da produção de fertilizantes seria ideal, uma vez que estas requerem fontes de gás acessíveis de modo a tornarem-se competitivas e impactantes”, acrescentou.

A utilização local

Webb diz ainda, “Moçambique deve tirar partido da utilização regional de gás, de modo a fomentar a criação de economias de escala também para uso local. O investimento significativo em infra-estruturas de gasodutos, liquefacção, transporte e requalificação conta com a existência de economias de escala que sejam viáveis para todos.”

Segundo Ducla Dos Santos, responsável Interina pelo Sector Energético do FNB Moçambique, “embora a procura de gás local possa ser inicialmente limitada, as economias de escala podem ser alcançadas se pudermos servir-nos das redes de gasodutos existentes para satisfazer a procura latente de gás, na região. Para sermos bem-sucedidos, é importante ter em conta a relevância dos investimentos em redes de distribuição e na conversão a partir de outras fontes de energia.”

Neste momento, é importante dar ênfase ao gás, sendo esta uma fonte energia segura e ideal para equilibrar as redes de energias renováveis regionais que podem, também, beneficiar a economia moçambicana. Moçambique fornece energia hidroeléctrica considerável (Cahora Basa e no futuro Mpanda Nkuwa), o que capacitou a indústria do alumínio, enquanto o Grupo de Energia da África Austral é dominado pela energia do carvão (Eskom).

A indústria das energias renováveis está a crescer rapidamente e torna-se necessária a produção de gás de média e alta potências para a respectiva estabilização. A energia gerada pelo gás é importante para equilibrar a rede eléctrica local e regional, e Moçambique pode recorrer ao gás local para fornecer este serviço, o que requer escala e capacidade bancária suficientes para que o investimento seja compensador.

O gás como um potenciador de uma “transição justa”

O gás pode ser o ingrediente chave para Moçambique alcançar os seus objectivos de transição energética. Webb diz: “As tecnologias de geração de energia a gás são muito flexíveis e podem ser iniciadas rapidamente – o que as torna ideais para equilibrar a geração de energia variável a partir de energia solar e eólica renovável. Como tal, a geração de energia a gás pode formar um poderoso facilitador da transição de energia renovável. Além disso, o gás (particularmente o GNL) como combustível, resulta numa queima mais limpa – muito mais limpa do que o carvão ou o gasóleo. Por outro lado, é muito mais eficiente, o que significa geração de mais electricidade e níveis menores na emissão de dióxido de carbono. Num formato de “ciclo fechado”, as turbinas a gás podem ser ainda mais eficientes como fonte de energia de base em substituição da energia alimentada a carvão”.

Em última análise, um investimento bem-sucedido e o crescimento do mercado do gás em Moçambique exigem um investimento direccionado e um banco que tenha em conta as particularidades do país, o contexto e os objectivos em causa. O RMB, em parceria com o FNB, orgulha-se de ter trabalhado em transacções semelhantes a nível regional e, juntamente com parceiros locais de confiança, está capacitado para oferecer uma visão contínua e negócios estruturados de acordo com as necessidades dos nossos Clientes e da indústria mais vasta.

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