O Moza Banco, um dos cinco maiores em Moçambique, intervencionado em 2016, registou lucros de mais de 11,2 milhões de meticais (161 mil euros) até junho, recuperando dos prejuízos no mesmo período de 2023.
Segundo o relatório das demonstrações financeiras intercalares, do primeiro semestre deste ano, o Moza Banco recuperou dos prejuízos de quase 55,6 milhões de meticais (795 mil euros) nos primeiros seis meses de 2023.
O Moza Banco registava em 30 de junho um activo total de 59.782 milhões de meticais (855,7 milhões de euros), um crescimento de 1,3% face a 31 de dezembro de 2023, enquanto o passivo total subiu 2%, para 50.199 milhões de meticais (718,5 milhões de euros).
O Banco de Moçambique colocou este ano o Moza Banco entre as duas instituições financeiras designadas como sistémicas, conforme listagem divulgada em abril.
O Moza Banco passou em 2016 a ser liderado pela sociedade gestora do fundo de pensões dos trabalhadores do Banco de Moçambique, quando tinha o português Novo Banco, sucessor do Banco Espírito Santo, como um dos principais acionistas (49%).
O Moza Banco apresentou em 2023 um resultado líquido positivo de 101,8 milhões de meticais (1,5 milhões de euros), mais 13% face a 2022, com o número de clientes crescer num ano 12,4%, para 242.565.
“Este desempenho reflete o aumento na geração de receitas, impulsionado pela eficaz estratégia de recuperação de crédito vencido, e a contínua estratégia de otimização dos custos operacionais e de investimento, evidenciando uma melhoria significativa de eficiência operacional”, lê-se na mensagem do presidente do conselho de administração do Moza Banco, João Figueiredo, no relatório e contas de 2023.
“Este crescimento advém, fundamentalmente, do aumento do volume de negócios, aliado a uma gestão rigorosa de custos e investimentos. Este desempenho reflete a eficácia das estratégias implementadas, orientadas para a sustentabilidade e o fortalecimento da posição competitiva do banco no mercado”, lê-se no relatório e contas do ano passado.
Tratou-se do segundo ano consecutivo em que o Moza Banco apresentou lucros, depois do resultado líquido positivo de 90,1 milhões de meticais (1,3 milhões de euros) em 2022, que então inverteu os prejuízos — que se acumulavam desde 2016 – de 1.381 milhões de meticais (20,2 milhões de euros) no exercício de 2021.
O Moza Banco terminou 2023 com uma quota de mercado de 8,13% no crédito a clientes, que em valores líquidos cresceu menos de 1% para 21.934 milhões de meticais (321 milhões de euros), de 6,50% em depósitos, que aumentaram 22,46% para mais de 43.347 milhões de meticais (635,4 milhões de euros), e de 6,53% em ativos, que cresceram 23,69% para mais de 58.971 milhões de meticais (864,5 milhões de euros).
A 31 de dezembro de 2023, o capital social do Moza Banco ascendia a mais de 7.020 milhões de meticais (103 milhões de euros), detido em 66% pela Kuhanha – Sociedade Gestora do Fundo de Pensões dos trabalhadores do banco central de Moçambique, seguindo-se a Arise B.V. com 30,7%, entre outros acionistas.
No final de 2023 o banco operava com 63 unidades de negócio em todo o país e 943 trabalhadores. (LUSA/NM)