No dia 29 de Maio, o governo sul-africano formulou um pedido ao executivo moçambicano no sentido deste ajudar o país vizinho a ultrapassar o problema energético que assola a África do Sul.
O ministro de Recursos Minerais e Energia de Moçambique, Carlos Zacarias, explicou de onde sairá a energia que vai ser exportada para a África do Sul e os passos que vão definir o acordo comercial.
“O governo moçambicano tem disponíveis, de imediato , 100 MW de energia produzidos através da Central Flutuante de Nacala, devendo ser fechados muito brevemente o acordo comercial que definirá o preço, mecanismos de transporte e início da canalização da energia”, disse Carlos Zacarias.
O governante moçambicano garantiu, ainda, ao executivo sul-africano que Moçambique terá disponíveis, dentro de 6 meses, 600 MW adicionais de energia gerados à partir da Central Flutuante de Maputo e da Central Térmica de Ressano Garcia.
Kgosientsho Ramokgoba, ministro na Presidência para Energia, por sua vez, expressou satisfação pela rapidez na resposta do governo de Moçambique para este assunto.
“Esperávamos por 80MW e recebemos hoje a promessa de 100 MW devendo os técnicos trabalhar para viabilizar as operações”, disse sublinhando que a energia irá reduzir os custos elevados do actual déficit à economia do país.
O principal motivo da crise de energia que afecta a África do Sul é a incapacidade da Eskom, companhia estatal responsável pelo fornecimento de cerca de 95% da eletricidade do país, de suprir a demanda da população.
A situação forçou a que, em 9 de fevereiro, o Presidente sul africano, Cyril Ramaphosa, declarasse estado de calamidade nacional.
A medida teve como objectivo restaurar a segurança energética, pois representa para o país vizinho uma ameaça à economia, que vem registando baixas nos últimos anos.
Os cortes de energia da Eskom afectam directamente à economia do país. Actividades comerciais, hospitais e o abatecimento de água são constantemente prejudicados pelos apagões.
A crise também afecta a confiança de empresários para investir no país, facto que impacta negativamente os esforços do governo para conseguir reduzir a taxa de desemprego no país.