Sábado, Dezembro 14, 2024
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Para transformação económica, Salimo Abdula desafia governos africanos a investir mais em infraestruturas

O empresário moçambicano Salimo Abdula defendeu, recentemente, em Marrakech, Marrocos, a necessidade dos governos africanos apostarem fortemente no investimento na rede de infraestruturas de modo a torná-la num factor impulsionador do desenvolvimento das economias a nível do continente.

Chairman do Grupo Intelec Holdings lançou o repto na V Edição do Choiseul Africa Business Forum, na qual foi convidado a elaborar sobre “URBANIZAÇÃO: ENTRE OS DESAFIOS E UM PAPEL CONDUTOR NA TRANSFORMAÇÃO ECONÓMICA EM ÁFRICA”, um tema, no seu entender, actual e de vital importância para o futuro das nações africanas.

“Reconhecemos que os governos têm dado alguns avanços para a melhoria de infraestruturas, mas é necessário investir mais para garantir que estes países tenham infraestruturas à altura de impulsionar os negócios e fazer crescer o empresariado, quiçá, a economia das pessoas. É preciso que se criem mais indústrias para manufaturar a produção local dos recursos que abundam neste continente. Isso irá criar mais postos de trabalho e alavancar as economias africanas para saírem da dependência externa”, defendeu Salimo Abdula.

Apesar de reconhecer que passos significativos foram dados ao longo dos anos, Salimo Abdula, que também é membro do Choiseul Africa Advisory Board, destacou que ainda subsistem desafios multiformes, a começar pelo crescimento acelerado da pobreza urbana, realidade que desafia as lideranças africanas a adoptar uma visão estratégica de modo inverter a tendência.

Aliás, no seu entender, é igualmente premente que os governos e órgãos de tomada de decisão reinventem-se para que os abundantes recursos sirvam aos africanos e contribuam para o desenvolvimento das nações, o que permitirá elevar os índices de competitividade do continente em relação ao resto do mundo.

Sobre a qualidade das infraestruturas, de modo geral, Salimo Abdula disse ser fundamental que se avance para uma reflexão profunda sobre o modelo que realmente pretendemos enquanto continente, respeitando naturalmente as especificidades de cada Nação. No entanto, alertou para a necessidade da concepção de políticas claras e capazes de prever a manutenção plena e efectiva das infraestruturas já existentes, sem descurar das que virão ser erguidas.

“Para minimizar a acelerada degradação de infraestruturas ou a ausência das mesmas, os Estados devem desenhar políticas claras que preveem a manutenção periódica da rede de infraestruturas já existentes. De nada valerá criar-se novas infraestruturas sem manutenção do que já existe. Temos que repensar se vale a pena construir 50 km de uma estrada quando a mesma tem uma extensão de 200 km degradados”, realçou.

A V Edição do Choiseul Africa Business Forum juntou à mesma mesa cerca de 800 líderes influentes que, durante dois dias, debateram sobre os melhores caminhos/estratégias sustentáveis para o futuro do continente africano. Este ano, a Choiseul Africa celebra uma década de promoção do desenvolvimento em todo o continente africano.

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