O Parque Nacional de Beluluane (BIP) mudou o seu nome para MozParks Holding- Parques Industriais e Zonas Francas, SA.
A decisão, inicialmente considerada a nível da gestão, foi consolidada após uma visita de trabalho ao parque pelo Ministro da Indústria e Comércio Carlos Alberto Mesquita, que sugeriu a criação de uma cadeia de parques industriais no âmbito do programa PRONAI, como forma de impulsionar o desenvolvimento industrial no país.
O Director Geral da agora MozParks, Onório Boane, disse em entrevista à Voz do Empresário que, para replicar o modelo do Parque Industrial de Beluluane (BIP) em todo o país, foi decidido criar uma holding como forma de uniformizar a gestão dos parques industriais e igualar o sucesso do BIP.
“Neste exercício, a primeira coisa que mudou foi, evidentemente, a nossa identidade. Teremos o Parque Industrial de Beluluane não como nossa identidade, mas simplesmente como um parque, porque a nossa visão é que os parques industriais em cada província tenham o nome do local onde estão localizados. Esta é uma questão ligada à valorização do conteúdo local”, explicou Boane.
“Será assim no Parque Industrial de Topuíto, que será efectivamente a nossa primeira experiência fora de Maputo”. O parque está localizado no distrito de Larde, anteriormente conhecido como Moma, na província de Nampula, em torno do projecto de areias pesadas Kenmare”, prosseguiu ele.
Onório Boane diz que, à semelhança do BIP, que foi criado para apoiar o megaprojecto Mozal, o Parque Industrial Topuíto irá, na sua primeira fase, servir as necessidades do Kenmare, como explorador de areias pesadas.
“Queremos assegurar a criação de condições em torno da Kenmare para alojar empresas industriais e prestadoras de serviços como forma de promover conteúdos locais e reduzir as importações, dado que, em torno dos megaprojectos que não possuem um parque industrial, a maioria dos componentes e outros equipamentos é importada”, disse ele.
Entretanto, a diversificação nestes parques terá lugar ao longo dos anos, como as empresas dominam os seus modelos de negócio, salientou Onório.
“Foi assim que aconteceu no BIP. Desde 2000, quando começámos a operar, até 2005, 100% das empresas ali sediadas prestavam serviços à Mozal. De 2006 até agora, posso afirmar categoricamente que apenas 30% prestam serviços à Mozal. Invertemos o gráfico. Isto significa que 70% alimenta o mercado provincial, nacional e internacionalmente, através de exportações”, declarou Boane.
Com base na experiência com a Mozal, que, apesar da diversificação, manteve a sua quota de empresas sediadas no parque, o plano é criar um leque de oportunidades para beneficiar a economia como um todo.
“A diversificação no BIP cresceu de facto numa proporção bastante maior em comparação com as empresas que prestam serviços ao megaprojecto. Embora a nossa abordagem se destine a instalar o parque industrial no contexto de projectos de ancoragem, no BIP temos agora empresas de cabelo, de transformação de alimentos e de castanha de caju, juntamente com empresas de material de construção e de cimento, entre outras. A Larde também vai ser assim. Inicialmente, será centrada em torno de Kenmare, mas existem muitas oportunidades na província de Nampula, nos vários distritos”, afirma.
Dimensão e progresso do projecto MozParks
Como parte da expansão dos parques industriais, MozParks planeia desenvolver um total de 1.000 hectares em cada província, e o estudo de viabilidade em Larde já foi concluído. Este estudo de viabilidade, diz Onório Manuel, foi fundamental para a tomada de decisão de investimento. Foi positivo, o que permitiu que a fase seguinte – de articulação com entidades locais – preparasse as áreas a serem exploradas.
“Na primeira fase do parque industrial de Topuíto, esperamos ver desenvolvidos 215 hectares. Este Outubro, iniciaremos uma pré-fase que consistirá na instalação de todas as infra-estruturas nos 15 hectares que albergarão as primeiras empresas.
“Estamos na fase inicial das obras no local, que foi precedida por todo o processo administrativo que agora consideramos concluído. Só falta concluir a implementação das referidas infra-estruturas no terreno”, esclareceu.
Onório Boane revelou que o segundo parque industrial da MozParks será em Cabo Delgado, especificamente no distrito de Montepuez, onde se pretende instalar um agro-parque, com forte incidência na promoção do acesso ao mercado.
O director-geral da MozParks afirma que a empresa quer tirar o maior partido possível das lições da pandemia de Covid-19 e promover cada vez mais a auto-suficiência da indústria nacional.
“Ao longo deste ano (2021), conseguimos consolidar e mostrar resiliência face a uma crise mundial. As empresas do parque conseguiram produzir o que a Mozal importava antes da pandemia. Por outras palavras, a pandemia desafiou as empresas do parque a produzir vários tipos de equipamento, e muitas empresas de engenharia e metalomecânica fizeram-no com grande sucesso, o que mostra que, face às crises, o parque é capaz de responder”, concluiu Boane.